|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUNDOS
"Rating" cresce em 99 para atender a grandes investidores e deverá atingir o varejo no próximo ano
Avaliação de risco tem "boom" em 2000
LUCIA REGGIANI
Editora-adjunta do Folhainvest
A classificação de risco de fundos promete ter um "boom" no
ano que vem, auxiliando o investidor a decidir pelo produto que
ofereça a melhor relação entre o
rendimento e o tamanho do risco
que ele está disposto a correr.
O "rating", como é chamada no
mercado essa classificação, começou este ano pelos fundos destinados a grandes investidores, mas
está chegando aos de varejo, onde
estão os aplicadores miúdos.
A SR Rating já avalia 20 gestores, entre eles Bradesco, Unibanco, ABN Amro e Opportunity.
Dois fundos de cada instituição
estão sendo avaliados e podem ter
suas notas disponíveis na Internet
até antes do Natal.
Um investidor mais sofisticado
e a ampliação da concorrência no
mercado de fundos estão entre os
motivos que levaram mais instituições a submeter seus fundos às
notas das agências de classificação de risco este ano.
"A partir de março, fizemos
muitos contratos para avaliar
fundos. Antes, só recebíamos pedidos para "rating" de bancos", diz
Regina Nunes, diretora da Standard & Poor's no Brasil.
Também a Fitch IBCA, que analisa fundos de investimento desde
1997, recebeu mais clientes neste
ano. "As empresas querem mostrar que se submeteram a uma
opinião independente", diz Rafael Guedes, diretor-executivo.
Por enquanto, há muitos fundos sendo avaliados, mas poucos
têm suas notas divulgadas, porque é o gestor quem decide se as
torna públicas ou não. O método
de avaliação e a nota variam de
uma agência para outra.
No geral, todas avaliam o risco
de crédito, medindo a capacidade
que o fundo tem de pagar o que
deve, e o risco de mercado, medindo a exposição às alterações
das condições de mercado, como
taxas de juro e de câmbio, que oscilam ao longo do tempo e têm
impacto no retorno do fundo.
Notas altas ou baixas não significam que o fundo seja bom ou
ruim. "Elas refletem o risco que o
investidor quer correr em relação
ao retorno prometido. Até um
AAA tem risco, pouco, mas tem",
diz Regina Nunes.
A avaliação de risco não termina com a nota. As agências acompanham a variação diária das carteiras dos fundos para verificar se
o risco permanece o mesmo.
"Se um fundo promete dar
100% do CDI vai ter nota rebaixada tanto se der 70% como 120%.
Se rendeu mais é porque assumiu
riscos maiores do que os previstos", explica Paul Bydalek, presidente da Atlantic Rating, que avalia um fundo de renda variável do
CCF, mas está se concentrando
em dar notas aos gestores.
Também a Moody's mantém
seu foco nos gestores de fundos.
"É mais do interesse do investidor
internacional", diz Christiana
Aguiar, diretora da subsidiária da
agência para a América Latina,
sem descartar sua utilidade para o
investidor local de varejo.
"Os fundos podem ter perfis diferentes, mas a forma de atuar do
gestor e seu cuidado com o dinheiro do cliente não mudam",
argumenta Bydalek.
Como a nota do gestor é um
item importante na avaliação de
um fundo, a SR Rating pretende
divulgar ainda nesta semana uma
nova metodologia, mais acessível
ao investidor leigo.
"A capacidade técnica e gerencial do gestor, sua atuação ao longo do tempo, sua ligação com um
banco, se não mistura papéis do
banco com os do fundo, tudo isso
entra na nota", explica Sheila
Gaul, diretora-executiva da SR.
A nota para o gestor tem o mesmo peso das atribuídas ao risco de
carteira e ao de performance do
fundo. As três ponderadas resultarão em um "rating" sintético.
Texto Anterior: Dicas do Mercado: Centroeste Celular tem nova forte valorização na semana Próximo Texto: Fundos buscam diferencial Índice
|