São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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BOLSA DE VALORES
Risco de "bug" do ano 2000 deve reduzir negócios com ações; não é hora de fazer movimentos
Investidores devem ficar na retranca


da Reportagem Local

O medo do "bug" do ano 2000 deverá reduzir ainda mais o volume de negócios nas Bolsas nas últimas duas semanas do ano. Esse é um período em que, tradicionalmente, a liquidez cai. Os investidores esperam o novo ano para retomar suas posições no mercado acionário.
Há quem aposte que o volume de negócios caia para menos da metade do observado na primeira quinzena deste mês, quando a média diária ficou em torno de R$ 810 milhões.
"Esses primeiros dias de dezembro registraram agitação maior por conta do vencimento de opções, que causou uma liquidez acima do normal", diz Jorge Simino, diretor de renda variável da Unibanco Asset Management (UAM).
O vencimento de opções ocorre hoje. No vencimento, o investidor tem de decidir se compra uma ação por um preço já acordado. A valorização das ações observada em outubro e novembro acirrou a disputa entre comprados e vendidos nesse exercício das opções.

Estrangeiros
O risco do "bug" está fazendo o investidor estrangeiro adiar seu ingresso em maior volume nas Bolsas brasileiras.
"Tradicionalmente, o investidor estrangeiro passa a operar menos a partir do dia 15 de dezembro. O temor do "bug" reduzirá ainda mais esse volume", afirma Dan Cohen, sócio da Hedging-Griffo. Para o curto prazo, segundo Cohen, não há muito espaço para fortes valorizações.
Na opinião de Simino, a Bolsa paulista poderá até observar alguma correção de preços, mas deverá terminar o mês com variação positiva.

Oscilações
Segundo o diretor de renda variável da BankBoston Asset Management, Júlio Ziegelmann, as últimas duas semanas do ano não deverão registrar fortes oscilações. "Altas ou quedas fortes serão especulações, pois os fundamentos econômicos e políticos não sustentam grandes variações nesse período", diz.
Ele diz acreditar que esse período de baixo volume de negócios exigirá mais cuidados do pequeno investidor. "Os desavisados poderão embarcar num movimento especulativo de baixa e vender as suas ações", afirma.
Simino, do Unibanco, concorda. Ele recomenda ao pequeno investidor, no período, entrar no mercado por meio de fundos e não comprar ações diretamente.
"Como a liquidez estará menor, o pequeno investidor correrá o risco de comprar algum papel artificialmente desvalorizado."



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