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Minoritários estão reticentes
DA REPORTAGEM LOCAL
As entidades de funcionários e
de acionistas minoritários do Banespa se mostram reticentes em
aderir à proposta do Santander.
Se não aderirem, podem complicar a instituição, caso ela decida
no futuro -como os analistas
prevêem- fechar o capital do Banespa.
O presidente da Anamb (Associação Nacional dos Acionistas
Minoritários do Banespa), Reinaldo Denis, diz que a entidade
quer participar da gestão do banco. É o mesmo discurso adotado
pela Cabesp, que tem 15,5% das
ações ordinárias do Banespa
-equivalentes a 7,7% do capital
total.
O diretor financeiro da Cabesp,
Paulo Salvador, reconhece que há
um conflito na direção da entidade. Há quatro diretores -dois indicados pela diretoria do Banespa
e dois indicados pelos funcionários. Em uma possível votação sobre a venda das ações, o voto de
desempate seria do presidente,
indicado pelo banco.
Em última instância é o Santander quem decide. Mas Salvador
ameaça recorrer à Justiça se a decisão for tomada dessa forma. Ele
lembra que o estatuto da Cabesp
determina que a discussão sobre
assuntos financeiros seja de iniciativa do diretor financeiro.
Enquanto isso, os investidores
vão procurando informações para tomar a decisão correta. O pecuarista baiano Antônio Carlos
de Sousa Messias, 55, não esperou
pelo Santander. Vendeu os papéis
ao preço de R$ 89 por lote de mil,
na última terça-feira, com lucro
de 46%.
Ele diz que vendeu para "realizar lucro", já que a oferta do Santander ainda depende de aprovação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a compra não
tem data marcada. "Foi um lucro
excepcional."
O valor das ações da Cabesp subiu de R$ 170 milhões para R$ 280
milhões, com a oferta do Santander. Ou seja, se vender, vai embolsar mais de R$ 100 milhões. "É um
dinheiro razoável", diz o diretor
Antônio Carlos Conquista.
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