São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INVESTIMENTOS
A recente queda dos juros nos EUA e a possível redução de taxas no Brasil devem trazer boa rentabilidade
Fundos de renda fixa estão atraentes

ISABEL CAMPOS
EDITORA-ADJUNTA DO FOLHAINVEST

Os analistas não têm dúvida: quem não tem medo de correr um pouco de risco deve abdicar da caderneta de poupança e dos fundos DI e investir uma parcela das reservas em fundos de renda fixa ou em CDBs prefixados.
Segundo a maioria deles, com a redução dos juros nos Estados Unidos e a elevação do "rating" da dívida externa brasileira, que aconteceram na semana passada, as condições para o governo brasileiro diminuir os juros, que já eram boas, melhoraram mais.
"Na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), dias 16 e 17, o governo já deve anunciar uma redução na taxa básica da economia de 0,25% a 0,50%", prevê Guilherme Abbud, gestor de fundos de renda fixa do ING Investment Management.
Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management), não crê em redução nessa primeira reunião do ano, mas diz que é só uma questão de tempo. "No final do primeiro trimestre, a taxa de juros, que hoje é de 15,75%, deverá ter caído para 15,25%."
Na opinião de Simino, com as boas notícias da semana passada, as projeções, que eram de terminar 2001 com uma taxa na faixa de 14% a 14,5% ao ano, mudaram para 13% a 13,5%.
Num cenário de queda de juros, os fundos de renda fixa passam a ser interessantes porque o gestor desse tipo de fundo, ao comprar um papel prefixado, trava a sua posição. Ou seja, se hoje ele compra um papel de dois anos com juros de 15,75% ao ano, não importa se as taxas vão para 13%. Seus 15,75% estarão garantidos. Num fundo DI, como os papéis são pós-fixados, se os juros caem, sua rentabilidade acompanha.
Abbud ressalta, porém, que os fundos de renda fixa têm mais risco do que os DI. Se, por exemplo, no meio do caminho, a desaceleração econômica dos EUA se mostrar muito prejudicial aos países emergentes e o governo brasileiro tiver de aumentar as taxas de juros, eles tendem a não acompanhar a alta.
Além disso, é muito importante escolher com critério o fundo de renda fixa. Segundo Eduardo Mafra, diretor de renda fixa dos fundos Chase, um fundo de renda fixa pode ter papéis pós e prefixados, além de posições em mercados à vista ou futuros de juros, câmbio e Bolsa. Os mais propensos a ganhar com a queda dos juros são aqueles com mais papéis prefixados de longo prazo.


Texto Anterior: Folhainvest premia curitibano
Próximo Texto: Pregão: Ações com liquidez garantem negócios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.