São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

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MERCADO DE CAPITAIS
BOLSA
Fique atento à movimentação do pregão nesta semana; resultado do 4� trimestre das empresas deve influenciar
Espere melhor definição para investir

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro reabre hoje com a perspectiva de uma semana difícil, com grande possibilidade de perdas.
Analistas recomendam a quem estiver fora da Bolsa esperar para entrar e, a quem estiver comprado, esperar definição melhor da tendência para direcionar investimentos. Resultados do 4� trimestre, principalmente de empresas de tecnologia, que começam a ser divulgados nos próximos dias, podem causar pânico.
Outro grande problema apontado por analistas é a reversão de expectativas. Apesar da queda de juros nos Estados Unidos, as Bolsas voltaram a cair.
"É um risco quando se ouve "nem assim" o Fed (o Federal Reserve, o banco central dos EUA) conseguiu segurar as Bolsas. Essa análise pode provocar queda por pavor irracional", diz o diretor de pesquisa da Planner, Luiz Antonio Vaz das Neves.
"O mercado está nervoso, desconfiado, sujeito à volatilidade e com dúvidas: o que se viu nos últimos dias foi antecipação da alta esperada para mais tarde ou já é o "hard landing" (forte desaceleração da economia norte-americana)"?, pergunta o gestor de renda variável do ABN Amro Asset Management, Alexandre Póvoa.
Depois de acumular alta de 9,28%, o temor de crise no sistema financeiro norte-americano ajudou a desvalorizar o Ibovespa -índice que reflete o comportamento das ações mais negociadas- em 1,59% na sexta-feira.
"Aqui, as Bolsas até tiveram um comportamento maravilhoso, mas que não vai se sustentar", diz Vaz das Neves.
"Com esse cenário esquisito, as pessoas vão vender, atentas ao princípio básico da Bolsa de que empresas têm de dar lucros crescentes. E a razão da queda está nas empresas e não na conjuntura".
Por outro lado, Vaz das Neves afirma considerar que o primeiro trimestre é "sempre o melhor do ano, quando qualquer alentozinho pode suavizar as perdas".
Outra razão para ainda não sair da Bolsa é a possibilidade de novo corte de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no dia 17, no Brasil.
A quem ficar, a sugestão de analistas é evitar setores de commodities, mais sensíveis à eventual recessão nos EUA e que tiveram alta de matéria-prima.



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