São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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ECONOMIA

Atenção com horas extras de funcionários e consumo de água contribui para diminuir mensalidades

Organização ajuda a eliminar desperdício

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma maneira de compensar o aumento dos gastos com as melhorias nos condomínios é analisar o orçamento para eliminar possíveis desperdícios. Para reduzir despesas, é preciso reavaliar os três gastos que mais pesam: pagamento de funcionários e contas de água e de energia elétrica.
Os salários, encargos sociais e benefícios dos funcionários representam, em média, mais de 50% do total dos gastos.
Para não desperdiçar dinheiro, o condomínio deve ter funcionários suficientes para cobrir todos os turnos e evitar horas extras, segundo Hubert Gebara, vice-presidente de condomínios do Secovi-SP (sindicato de imobiliárias e administradoras).
Quando há excesso de horas extras, uma saída é contratar um "folguista" em vez de contar com os funcionários fixos. "Reduz o pagamento de horas extras aos fixos", diz Angélica Arbex, supervisora de marketing da Lello.
A carga horária do zelador também pede atenção. "É o funcionário que tem o salário mais alto, e sua jornada de trabalho é igual à de qualquer trabalhador. Qualquer atividade que ele exerça após seu turno é computada como hora extra", ressalta Maria Lúcia Abdalla, diretora da Oma (administradora de condomínios).
Campanhas para uso racional de água e de energia elétrica ajudam a reduzir o consumo, mas o dinheiro do condômino escoa quando vazamentos não são consertados. "Válvulas de descarga antigas desperdiçam muito", afirma Cláudio Anauate, da Aabic.
Uma saída é trocar as bacias antigas por novas ou por modelos com caixa acoplada -ambos fazem a limpeza do vaso com seis litros de água. As bacias antigas usam de 9 a 12 litros a cada acionamento. Na troca, a válvula também deve ser regulada.

Cortes radicais
Quando Arly Trench, 44, assumiu a função de síndico em seu condomínio, constatou um rombo de R$ 160 mil. Para reverter o prejuízo, contratou uma empresa de auditoria, acertou férias vencidas de funcionários, demitiu um zelador que, afirma, tinha salário muito alto e fez acordos com os inadimplentes -cujo percentual caiu de 30% para 10%.
Com campanhas de uso racional da água, reduziu em 30% o valor da conta do insumo. Hoje, o valor do condomínio é de R$ 164.
No condomínio administrado pelo síndico Eduardo Bueno, 50, os moradores dispensaram a administradora, deixando de pagar os 10% ou 15% cobrados por ela nas contas condominiais.
Já no prédio em que mora, o zelador deu lugar a dois coordenadores, um no período diurno e outro no noturno. "Pagava R$ 2.000 para o zelador. Cada coordenador ganha R$ 800."
Mesmo que os valores pagos a funcionários e em contas de consumo sejam reduzidos, esse esforço nem sempre se traduz em diminuição do valor do condomínio. "Em muitos prédios, a quantia economizada é aplicada em obras ou aquisições que valorizam o imóvel", diz Abdalla.
(ELENITA FOGAÇA)

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