São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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CONDOMÍNIO
Construtora informa mal e Procon sugere previsão por escrito
Taxa é "pesadelo" de quem compra imóvel na planta

ALADIM LOPES GONÇALVES
free-lance para a Folha

Comprar imóvel na planta nem sempre é bom negócio para quem não quer pagar um condomínio caro. Isso porque é difícil saber qual será a taxa. Para complicar, as construtoras geralmente não informam a previsão correta.
José Roberto Graiche, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios), diz que as incorporadoras evitam falar do condomínio temendo perder o cliente.
"A construtora vende o sonho, e a administradora gerencia o pesadelo depois", resume Graiche.
A Folha pesquisou a taxa de condomínio em dois edifícios, um na Saúde e outro na Vila Mariana (zona sudoeste), com previsão de entrega em 12 meses.
No prédio da Vila Mariana (90 unidades, uma portaria, piscina, salões de festas e de jogos), o corretor informou que o condomínio será de R$ 130. De acordo com a Aabic, o valor médio praticado em São Paulo para um condomínio desse tipo é de R$ 231.
No edifício da Saúde (84 unidades, uma portaria, piscina, sauna, salões de festa e de jogos), o preço anunciado é de R$ 160. Segundo a Aabic, a média é de R$ 360.
O vice-presidente do Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias), Claudio Bernades, sugere que as construtoras estudem formas de baratear a taxa antes de comercializar um prédio.
A assessora do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), Elisete Rodrigues Miazaki, diz que o consumidor deve pedir ao corretor que registre a taxa de condomínio no papel. "Isso permitirá rescindir o contrato, caso o preço não corresponda."
A advogada Deborah Gonçalves de Sousa comprou um apartamento de três dormitórios no Tatuapé, com boa estrutura de lazer.
Como a advogada não questionou o valor do condomínio na hora da compra, ao se mudar com a família, tomou um susto: uma taxa de R$ 350. "Acho caro."
Porém há como saber se a taxa será alta ou não -observando dados como o número de unidades e de funcionários. Um condomínio com duas guaritas, por exemplo, exigirá três porteiros.


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