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NEGOCIAÇÃO
Detalhes do imóvel dados informalmente precisam ser checados
Consumidor deve ponderar
"exageros" de corretores
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Valorizar os aspectos positivos
do imóvel é lema de todo corretor. O consumidor, no entanto,
precisa ter parâmetros para diferenciar o que é só estratégia de
marketing e o que são exageros.
Em primeiro lugar, tudo depende do vendedor. Todo bom profissional sabe dosar o esforço para
vender o imóvel dentro do limite
da sinceridade. Mas existem exceções. E é nesses casos que o comprador deve dobrar a atenção.
Certas vezes, consegue-se ressaltar o lado positivo da compra
sem iludir o cliente, mostrando-se
um outro ponto de vista. "Se o
comprador não gostou dos azulejos do banheiro, por exemplo, o
vendedor pode apresentar um orçamento de quanto ele gastaria
para trocar o revestimento", afirma um consultor imobiliário.
Outras vezes, basta usar o bom
humor. Questionado pelo potencial comprador sobre uma janela
que abria para um cemitério, um
corretor relata que se saiu com esta: "É melhor ter de olhar daqui
para lá do que de lá para cá". Segundo ele, com essas "tiradas",
acaba conquistando o cliente.
O problema é quando o consumidor encontra um profissional
não muito ético, que pratica, por
exemplo, o "overpricing" -informar um valor maior do imóvel
para "engordar" a comissão.
Outro truque dos vendedores
"espertinhos" é omitir dados sobre reajustes de parcelas ou o prazo de entrega de um apartamento.
Supermercado à vista
A saída é ter documentadas as
informações importantes para
posterior reclamação. "O que for
prometido num folheto publicitário, por exemplo, tem de ser cumprido, mesmo que não esteja no
contrato", informa Sonia Cristina
Amaro, 37, assistente de direção
do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor).
Esclarecimentos informais dados pelo vendedor nem sempre
são 100% seguros. "Certa vez, um
cliente perguntou ao corretor o
que seria construído em um terreno ao lado do prédio onde ele
comprava um apartamento", recorda o sócio de uma imobiliária.
O corretor, em dúvida, respondeu
que seria um supermercado de no
máximo dois andares. "Algum
tempo depois, o cliente ligou para
avisar que o "supermercado" já estava no 12� andar", conta.
Uma atitude recomendada ao
cliente é dobrar a atenção nos
apartamentos vendidos na planta.
Na opinião do presidente do
Creci-SP (Conselho Regional dos
Corretores de Imóveis), José Augusto Viana Neto, 50, "o corretor
bem sucedido não esconde nada
do comprador, e o próprio mercado tira de circulação o mau profissional".
(EDSON VALENTE)
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