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URBANISMO
Comissão decidirá uso de recursos destinados à região; construtoras defendem parceria na extensão da avenida
Prefeitura avalia projetos para Faria Lima
DA REDAÇÃO
E DA REPORTAGEM LOCAL
No próximo mês, uma comissão que reúne a Emurb (Empresa
Municipal de Urbanização) e a
Secretaria Municipal do Planejamento de São Paulo, entre outros
órgãos, deve decidir o destino
dos recursos arrecadados com a
operação urbana Faria Lima.
A operação urbana é um mecanismo pelo qual o dono de um
terreno, desde que dê uma contrapartida financeira, pode construir ou ampliar um imóvel ou
implantar usos e atividades diferentes dos que determina o zoneamento. Mas, segundo a lei, os
recursos obtidos devem ser sempre investidos na própria região.
No caso da avenida Faria Lima,
a primeira tarefa da comissão será
levantar o que foi arrecadado com
a operação urbana nas administrações anteriores. Numa segunda etapa, definirá quais as melhorias prioritárias para a região.
Entre os possíveis projetos, está
a ligação da avenida Brigadeiro
Faria Lima com a avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini, passando pela Vila Olímpia. "Mas isso ainda depende de estudos de
viabilidade e de custos", diz Maurício Faria, presidente da Emurb.
Bia Pardi, 58, administradora
regional de Pinheiros, que abrange a área do possível prolongamento, mantém opinião de que a
obra não é prioritária. "Nosso interesse para a região é recuperar o
largo da Batata [em Pinheiros, zona oeste", que está degradado."
Reunião de empresários
Mesmo que a extensão da avenida Faria Lima não esteja na ordem do dia da Prefeitura de São
Paulo, construtoras e incorporadoras que possuem empreendimentos na região buscam parcerias para tirar a obra do papel.
Esse é o caso da Inpar, que doou
para a prefeitura um terreno de
3.800 m2 que dá para a rua Olimpíadas, onde poderia passar o
prolongamento. Na parte de trás,
a construtora vai erguer um empreendimento que contará com
hotel e torre de escritórios.
"Em 99, quando compramos o
terreno, pagamos R$ 7 milhões
para mudar a legislação de zoneamento de Z2 [predominantemente residencial e algum comércio"
para Z4 [permite a construção de
até quatro vezes a área do terreno"", afirma Gerson Luiz Bendilati, 43, diretor de incorporações.
A intenção da empresa é se associar a outras construtoras e incorporadoras para ajudar a bancar a obra -a prefeitura arcaria
com as desapropriações. Segundo
Bendilati, até o fim do mês, deve
haver a primeira reunião de cerca
de 20 empresários. "Talvez, numa
segunda, já possamos convidar
um representante da prefeitura."
"Acho importante que a prefeitura esteja aberta a esse tipo de
parceria", diz o diretor de incorporações da Inpar. "Quem passa
pela Vila Olímpia sabe que o trânsito é complicado e que uma obra
desse tipo é fundamental."
Custo alto
Para Faria, da Emurb, os investidores que participam da operação
podem ter expectativa e reivindicar que os recursos sejam aplicados na região, mas ressalta que
não podem exigir que a verba seja
vinculada a uma obra específica.
"Mesmo assim, pode ser uma
parceria interessante. Só que talvez sejam necessários mais recursos, pois as desapropriações no
local também são caras", afirma.
"Estamos abertos a parcerias,
seja com a prefeitura, seja com
outras construtoras", diz o diretor
comercial da Brazil Realty (grupo
Cyrella), Eduardo Coelho Pinto
de Almeida, 65. A incorporadora
tem dois lançamentos na região.
Na opinião do diretor de atendimento e marketing da construtora Concivil e Estanplaza-Boutique
Hotels, Douglas Duarte, 36, que
tem quatro hotéis próximos à
possível obra, antes, é preciso averiguar a viabilidade do acordo. "O
prolongamento traria benefícios à
região. Mas a obra tem um custo
altíssimo, e não cabe, nem é possível, às construtoras financiá-la."
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