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Vou chamar o s�ndico
MARCIO RACHKORSKY marcio@rachkorsky.com.br
Cond�mino investidor
O interesse do investidor, muitas vezes, colide frontalmente com o do morador nas assembleias
Nos �ltimos anos, em raz�o do boom imobili�rio que vivemos no pa�s, muitos pequenos investidores se aventuraram no setor e tiveram �timos resultados financeiros.
Os grandes investidores jamais deixaram de existir, mas passaram a disputar espa�o com pessoas f�sicas que decidiram migrar para a rent�vel "poupan�a de tijolos". Falo da classe m�dia, que apostou todas as fichas em im�veis na planta, para revender e aumentar o capital.
Muita gente se deu bem e chegou a dobrar o dinheiro investido. Outra fatia de pequenos investidores preferiu ficar com o im�vel e garantir renda com a loca��o.
Mas o mercado desacelerou e, com preocupa��o, vejo a frustra��o de muitos pequenos investidores.
Nas assembleias de entrega e instala��o de novos condom�nios, � comum e maci�a a presen�a de "cond�minos investidores". S�o pessoas que compraram, n�o conseguiram revender ou repassar a unidade e agora viraram cond�minos, mesmo sem morar ou ocupar o im�vel.
Na semana passada, participei de uma assembleia em que 80% dos presentes declararam que n�o pretendiam morar no condom�nio, mas alugar ou vender suas unidades. Tomara que o fa�am com brevidade, pois im�vel vazio gera despesa, principalmente IPTU e condom�nio.
Tenho notado que os interesses do cond�mino investidor, muitas vezes, colidem frontalmente com os do cond�mino morador. Eis que o investidor quer uma despesa de condom�nio baix�ssima, ao passo que o morador sonha com um condom�nio funcionando plenamente, ainda que a despesa fique um pouco mais alta. Neste contexto, comparecer �s assembleias do seu condom�nio � medida de extrema import�ncia, sobretudo para defender seus interesses.
Sinceramente, n�o enxergo bolha ou crise na constru��o, como pregam os pessimistas de plant�o, mas sim um reposicionamento do mercado. Trata-se de um per�odo que requer cautela e planejamento, j� que as construtoras fazem grande esfor�o para diminuir seus estoques de im�veis prontos, gerando boas oportunidades para os consumidores, que ainda acreditam na "poupan�a de tijolos" como uma forma robusta e segura de investimento.
