Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Imagina��o
PROSA, POESIA E TRADU��O
Charlestonianos eminentes: Clive
SOBRE O TEXTO As p�ginas aqui reproduzidas integram edi��o fac-similar do que se acreditam ser os �ltimos in�ditos da inglesa Virginia Woolf (1882-1941). "The Charleston Bulletin Supplements", recentemente editados em livro no Reino Unido pela British Library (org. Claudia Olk, 144 p�gs., R$ 57,80, sob encomenda), era o nome de um jornal dom�stico produzido entre 1923 e 1927 pela escritora e seu sobrinho Quentin Bell (1910-96), que mais tarde se tornaria seu bi�grafo. O teor humor�stico e "nonsense" dos textos em que a dupla satirizava familiares, como Clive Bell, pai de Quentin, traz � luz um lado c�mico quase desconhecido da autora de "Mrs. Dalloway" (1925).
VIRGINIA WOOLF
tradu��o DENISE BOTTMANN
1. CLIVE E O ACORDE�O
Mr. Bell confundindo um acorde�o com um gato, ou um gato com um acorde�o; ningu�m sabe direito, pois aquilo soltou um guincho e s� sobrou uma po�a mienta medonha, fedida e fumarenta.
2. RESGATA MARY
S�bito sumi�o de Mrs. St. John Hutchinson, em Rodmell Brooks. Aqui, Mr. Bell aparece salvando o que sobrou: dois p�s, uma m�o, tr�s dedos de uma an�gua cor-de-rosa e uma B�blia que a sra. H. tinha roubado de Leonard Woolf, Esquire.
3. 1) POR QUE CLIVE TEM POUCO CABELO
Ao analisar a calv�cie de Clive Bell, temos a tenta��o de atribu�-la � aplica��o indiscriminada de bolas frescas de neve a um cocuruto n�o suficientemente protegido.
4. 2) POR QUE CLIVE TEM POUCO CABELO
Ou podemos arriscar a hip�tese de que a dita depila��o do cr�nio sobreveio ap�s a descoberta da infesta��o de lepid�pteros em seu segundo melhor traje de noite.
5. PROEZA
Sabe-se que Clive Bell, Esquire, alcan�ou sua inconteste proemin�ncia no mundo das Artes & Letras gra�as � sua per�cia na ci�ncia da equita��o e � sua ascend�ncia vulpina, aqui mostradas, �s quais seu empenho liter�rio e conhecimento dos Cl�ssicos de nossa l�ngua, aqui mostrados, pouco ou nada acrescentaram de grande import�ncia.
6-7. OS CHOCOLATES
Mr. Bell cedendo � sua paix�o por doces. Uma caixa por vez, diz o entremez -- ele exclama, e o pobre Quentin vai triste p'ra cama.
8. PR�MIOS DA VIRTUDE
Aqui temos a c�lebre cena em que, por causa de uma curiosa semelhan�a fision�mica natural, o conhecido parlamentar Churchill recebe a homenagem destinada ao cr�tico Bell.