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Hoje eu sou Gabriela

Remake da novela baseada em Jorge Amado estreia com bom ibope e mais nudez que original, mas pouco ousa na dramaturgia

Estevam Avellar/TV Globo
A atriz Juliana Paes, que vive Gabriela na nova trama da Globo
A atriz Juliana Paes, que vive Gabriela na nova trama da Globo

LUCAS NEVES
EDITOR-ASSISTENTE DA �ILUSTRADA�

Foram necess�rios s� oito minutos do primeiro cap�tulo da vers�o 2012 de "Gabriela" para que a c�mera encontrasse e se enamorasse da personagem-t�tulo (Juliana Paes), anteontem � noite.

L�nguida que s�, vestido pu�do (com um decote insinuante), cabelos desgrenhados, ela se refrescava � beira de um fiapo d'�gua perdido no meio do sert�o baiano.

Com uma estreia mais �gil e mais atrevida do que a da vers�o de 1975, a novela marcou 30 pontos no Ibope (cada ponto corresponde a 60 mil domic�lios na Grande SP). A sess�o de filmes "Tela Quente", exibida pela Globo na faixa p�s-"Avenida Brasil" �s segundas, costuma cravar entre 22 e 23 pontos.

O cap�tulo de abertura do remake de "O Astro" (com o qual a emissora retomou, em julho passado, a rubrica de "novela das 22h") registrou 28 pontos. Naquele momento, cada ponto equivalia a 58 mil domic�lios na Grande SP.

O autor da nova "Gabriela", Walcyr Carrasco, acelerou o andamento do enredo em rela��o ao que se viu no come�o da produ��o original. Ao fim do cap�tulo inicial, a protagonista havia encerrado sua via-cr�cis pelo sert�o at� Ilh�us, vira o tio padecer a seu lado e, no mercado de escravos da cidade, j� ca�ra nas gra�as do comerciante Nacib (Humberto Martins) � custa do (n�o t�o) ing�nuo vocativo "mo�o bonito".

A vers�o repaginada tamb�m lan�ou m�o de cenas de nudez e sexo ausentes da estreia carola de 1975. Na sequ�ncia de abertura do cabar� Bataclan, onde coron�is e bo�mios de Ilh�us se enroscam com cortes�s, uma das mo�as j� se exibia para a clientela do sal�o.

Pouco depois, a prostituta Zarolha (Leona Cavalli) apareceu sem caracteriza��o de �poca nos bra�os de um Nacib igualmente nu.

Por fim, Gabriela se deitou com Clemente (Daniel Ribeiro) numa noite enluarada da caatinga, n�tida o suficiente para deixar ver suas formas.

Na trama de 1975, a censura n�o permitia. H� registro de uma cena de nudez filmada de longe.

Durante as grava��es iniciais da novela, no interior baiano, em abril, o diretor Mauro Mendon�a Filho dizia, sem disfar�ar certo entusiasmo, que o hor�rio de exibi��o permitiria "ousadias".

Mas n�o houve aud�cia na constru��o formal do enredo. O primeiro cap�tulo apresentou os principais personagens (coronel Ramiro Bastos, coronel Melk Tavares, a cafetina Maria Machad�o) de modo tradicional, como se o espectador estivesse passando diante de uma vitrine de tipos. Na compara��o com a vers�o de 1975, faltou introduzir Malvina, jovem que ir� peitar os usos e costumes do coronelismo vigente.

Jos� Wilker, que foi o progressista Mundinho Falc�o na primeira vers�o e volta como o coronel Jesu�no Mendon�a, comentou a estreia.

"Hoje a gente disp�e de recursos [t�cnicos] de que n�o dispunha na �poca. E est�vamos na ditadura, havia uma preocupa��o com pol�tica. Hoje essa quest�o est� mais equilibrada e pode haver uma fidelidade � sensualidade da obra de Jorge Amado."

Colaboraram KEILA JIMENEZ, colunista da Folha, e MATHEUS MAGENTA, de S�o Paulo.

NA TV
Gabriela
Novela da Globo
QUANDO de ter. a sex., por volta das 23h
CLASSIFICA��O 14 anos

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