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Cr�tica - Drama
Christopher Walken rouba cena de Philip Seymour Hoffman
S�RGIO ALPENDRE COLABORA��O PARA A FOLHAEm "O �ltimo Concerto", a harmonia entre os integrantes do quarteto de cordas Fugue � abalada pela not�cia de que Peter (Christopher Walken), o "anci�o" da turma, est� com mal de Parkinson.
Isso precipita uma s�rie de desarranjos e desentendimentos que, bem ou mal, colocam em risco a continuidade do quarteto. A sa�de de Peter, para eles, passa a ser uma quest�o secund�ria diante da crise.
Robert (Philip Seymour Hoffman), descontente por ser o segundo violinista, prop�e um revezamento; sua esposa, Juliette (Catherine Keener), n�o o apoia, colocando em risco a rela��o.
H� mais complica��es: o professor Daniel (Mark Ivanir), primeiro violinista do quarteto, e Alexandra (Imogen Poots), sua aluna e filha de Robert com Juliette, apaixonam-se, provocando a ira de Robert.
Come�am tamb�m as cobran�as. Alexandra reclama que n�o teve os pais a seu lado; Daniel exige de Alexandra maior comprometimento com a m�sica; Robert reclama que, musicalmente, falta paix�o a Daniel --ao que este, como resposta, reage entregando-se a Alexandra.
Claro que no final a m�sica reconcilia tudo. N�o � preciso ser adivinho para saber disso. A maneira como acontece � que importa. Sobretudo no que diz respeito aos relacionamentos humanos.
Em certo aspecto, "O �ltimo Concerto" tem muito a ver com "Magia ao Luar", o mais recente de Woody Allen. Temos, em ambos, um artista que precisa equilibrar seu modo racional de ver o mundo com um pouco de paix�o.
Paix�o e lucidez s�o justamente os elementos que o cr�tico franc�s Jean Douchet considera essenciais em uma boa cr�tica, e na arte.
� a paix�o que pode libertar Daniel da redoma autossuficiente, porque ser bom aluno n�o basta na m�sica. Tem de haver o salto no abismo. E falta lucidez a Robert, personagem perdido em sua intensidade.
Por sinal, o filme est� sendo promovido como um dos �ltimos trabalhos de Philip Seymour Hoffman, morto em fevereiro deste ano, mas � Christopher Walken quem arrebenta como o artista encarando sua finitude.
