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Ilustrada

Cr�tica exposi��o

MAC tem problemas estruturais e conceituais

Mostra pouco ambiciosa que inaugura nova sede do museu � prejudicada por excesso de colunas e p�-direito baixo

FABIO CYPRIANO CR�TICO DA FOLHA

A inaugura��o da mostra "O Agora, o Antes", que finalmente ocupa o s�timo andar da nova sede do Museu de Arte Contempor�nea da Universidade de S�o Paulo (MAC-USP), revela uma s�rie de dificuldades que envolveram a reforma do antigo pr�dio do Detran.

O pr�prio autor do projeto do edif�cio, Oscar Niemeyer (1907-2012), quando consultado sobre a reforma, prop�s que a disposi��o dos andares fosse alterada, reduzindo alguns pisos, para assim se ampliar o p�-direito. Contudo, os �rg�os reguladores do patrim�nio, lamentavelmente, n�o permitiram a mudan�a.

Por conta disso, com "O Agora, o Antes" constata-se a inadequa��o da reforma para um espa�o expositivo e, pior, a incapacidade da equipe expogr�fica do museu em lidar com essa situa��o.

Com p�-direito baixo e excesso de colunas, foram criados pain�is em abund�ncia, que mais lembram uma acanhada feira do que uma exposi��o museol�gica propriamente dita.

Dessa forma, o percurso torna-se excessivamente seccionado, sem organicidade, com um exagero de recortes. A expectativa, agora, � se nos demais andares a ocupa��o ser� t�o problem�tica como a dessa primeira mostra.

Em termos de conte�do, "O Agora, o Antes" revela ainda uma outra dificuldade, que diz respeito ao projeto do museu em apresentar seu acervo.

Enquanto institui��es internacionais, como o Museu Reina Sofia, v�m tentando rever a hist�ria da arte de um ponto de vista menos euroc�ntrico, o MAC parece n�o buscar um realinhamento dentro desse panorama.

A exposi��o, com curadoria de Tadeu Chiarelli, diretor do MAC, agrupa trabalhos por g�neros tradicionais da hist�ria da arte, como o retrato ou a natureza-morta, sem uma ambi��o maior, dando a impress�o de ocorrer como um mero exerc�cio de aproxima��es entre o passado e o presente.

A primeira sala, nesse sentido, � um bom exemplo. Exibir o "Autorretrato" (1919), de Modigliani, junto com a �tima s�rie "Uma Situa��o Estimulada" (1976), da polonesa Anna Kutera, poderia representar uma mudan�a de perspectiva no papel do artista.

Afinal, enquanto na obra de Modigliani o artista se autorepresenta de forma majestosa, Kutera aborda a fragilidade. Contudo, especialmente se tratando de um museu universit�rio, faltam textos educativos que apontem para tais quest�es.

N�O CRONOL�GICO

Dessa forma, se por um lado percebe-se a tentativa em construir um percurso que n�o seja cronol�gico, o que j� vem acontecendo em institui��es como a inglesa Tate h� muito tempo, seria importante ir al�m de agrupamentos tem�ticos.

Reunir obras de cl�ssicos do modernismo --como os estrangeiros Picasso, Chagal, De Chirico e Matisse, al�m dos brasileiros Tarsila do Amaral e Fl�vio de Carvalho-- com contempor�neos como Cildo Meireles, Cindy Sherman e Fernando Piola, em uma exposi��o de acervo �, sem d�vida, um grande avan�o para o MAC. Mas uma grande exposi��o n�o se faz apenas com grandes obras.


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