São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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Russo, 45, faz "mulher fatal'

especial para a Folha, em Los Angeles

Se há duas coisas de que Rene Russo não sente falta são sua juventude e a carreira de modelo, que abandonou há quase 20 anos.
"Eu sempre fui supermagra, o que fez com que na adolescência eu me trancasse no quarto. Acho que minha infância triste também pesou bastante nessa história toda", conta à Folha.
O pai de Russo abandonou a família quando ela tinha 2 anos; a mãe trabalhava dia e noite, enquanto ela se isolava num apartamento de um bairro feio de Burbank, arredores de Los Angeles.
Como modelo, Rene Russo povoou as bancas em inúmeras capas de revistas, teve fama internacional e uma fortuna invejável. Mas resolveu parar quando se viu com um travesseiro na barriga, tirando fotos numa praia deserta para um catálogo para grávidas.
Em dez anos vivendo a bela da tela, contracenando com Clint Eastwood, Kevin Costner ou Mel Gibson, é só agora, aos 45, que Russo encarna seu primeiro papel de "mulher fatal", a detetive Catherine Banning -numa idade em que atrizes como Michelle Pfeiffer e Sharon Stone buscam papéis de mulheres maduras experimentando a maternidade.
"Não entendo porque a sensualidade de personagens femininas de mais de 40 anos é praticamente ignorada no cinema. É ridícula essa limitação em torno da idade das atrizes em Hollywood e como elas são mostradas quando passam dos 40. Eu me sinto mais jovem do nunca", afirma.
Quanto às cenas picantes do filme, nas quais mostra seu corpo, seja usando um vestido supertransparente, fazendo topless ao sol ou na cama com Pierce Brosnan, ela diz: "Apesar de cristã, nada na Bíblia proíbe a nudez no cinema. E o Vaticano, inclusive, está repleto de obras de arte representando pessoas nuas".
E a tão comentada sequência de sexo do filme? "Só foi possível por causa da persistência de (John) McTiernan. Ele sabe muito bem onde quer chegar, mas vai conquistando você aos poucos, para não assustar. Foi assim que ele conseguiu de mim as cenas mais quentes." (CC)


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