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"THOMAS CROWN - A ARTE DO CRIME"
Falta estilo à versão
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
Evitar a nostalgia é dever de todos. Fica difícil frente a refilmagens como "Thomas Crown - A
Arte do Roubo". Pierce Brosnan,
o novo Bond, a produziu e estrela.
É um editorial sobre seu renitente
machismo.
O original, "Crown, O Magnífico" (1968), é um estiloso policial
romântico em sintonia com a era
hippie, cheio de telas múltiplas e
solos jazzísticos. Steve McQueen
faz um milionário de Boston que
tem por hobby o roubo a bancos.
Crown leva a vida até cruzar
com Vicky (Faye Dunaway), a astuta e sensual investigadora da seguradora de um dos bancos atacados. O jogo de sedução ocupa o
resto do filme, enquanto se espera
para saber quem vai enganar
quem ou se o par igualmente
amoral terminará junto.
O enredo básico é o mesmo na
versão atualizada. Brosnan assume o papel de McQueen e troca o
alvo de bancos para museus. Rene
Russo (Máquina Mortífera 3 e 4)
substitui Dunaway, exibe generosamente seios e formas, mas em
personagem muito mais frágil.
Uma das sacadas dramáticas de
"Crown" era o absoluto equilíbrio
de forças entre o casal central. Já a
versão reflete uma espécie de restauração falocêntrica. A paridade
inicial logo revela-se enganosa.
Brosnan dá as cartas, Russo vai
atrás, insegura e enciumada.
O momento de maior intimidade no original mostra Dunaway
seduzindo McQueen num jogo de
xadrez. Agora, temos Brosnan
comprando roupas com Russo
em Manhattan. É duro assim.
Avaliação:
Filme: Thomas Crown - A Arte do Crime
Produção: EUA, 1999
Direção: John McTiernan
Com: Pierce Brosnan e Rene Russo
Quando: a partir de hoje, nos cines Top
Cine 2, Eldorado 5 e circuito
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