São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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"THOMAS CROWN - A ARTE DO CRIME"
Falta estilo à versão

AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas

Evitar a nostalgia é dever de todos. Fica difícil frente a refilmagens como "Thomas Crown - A Arte do Roubo". Pierce Brosnan, o novo Bond, a produziu e estrela. É um editorial sobre seu renitente machismo.
O original, "Crown, O Magnífico" (1968), é um estiloso policial romântico em sintonia com a era hippie, cheio de telas múltiplas e solos jazzísticos. Steve McQueen faz um milionário de Boston que tem por hobby o roubo a bancos.
Crown leva a vida até cruzar com Vicky (Faye Dunaway), a astuta e sensual investigadora da seguradora de um dos bancos atacados. O jogo de sedução ocupa o resto do filme, enquanto se espera para saber quem vai enganar quem ou se o par igualmente amoral terminará junto.
O enredo básico é o mesmo na versão atualizada. Brosnan assume o papel de McQueen e troca o alvo de bancos para museus. Rene Russo (Máquina Mortífera 3 e 4) substitui Dunaway, exibe generosamente seios e formas, mas em personagem muito mais frágil.
Uma das sacadas dramáticas de "Crown" era o absoluto equilíbrio de forças entre o casal central. Já a versão reflete uma espécie de restauração falocêntrica. A paridade inicial logo revela-se enganosa. Brosnan dá as cartas, Russo vai atrás, insegura e enciumada.
O momento de maior intimidade no original mostra Dunaway seduzindo McQueen num jogo de xadrez. Agora, temos Brosnan comprando roupas com Russo em Manhattan. É duro assim.


Avaliação:  


Filme: Thomas Crown - A Arte do Crime Produção: EUA, 1999 Direção: John McTiernan Com: Pierce Brosnan e Rene Russo Quando: a partir de hoje, nos cines Top Cine 2, Eldorado 5 e circuito

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