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CINEMA - ESTRÉIAS
"Thomas Crown" leva Brosnan além de 007
Divulgação
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Pierce Brosnan (na foto, com Rene Russo) faz o papel do milionário Thomas Crown, vivido por Steve McQueen no original de 68 |
CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha, em Los Angeles
O ator irlandês Pierce Brosnan
preencheu todos os requisitos básicos -charme, carisma e elegância- e é um sucesso de bilheterias no papel de James Bond.
Apesar de que viver 007 significa correr o risco de nunca mais
interpretar personagem tão popular e universal, Pierce Brosnan,
aos 47, não é todo James Bond.
O filme "Thomas Crown: A Arte do Crime", que estréia hoje no
Brasil, está aí para provar. Nele o
ator interpreta o milionário Thomas Crown que, depois de conseguir tudo na vida, luta contra a
monotonia roubando um valioso
Monet de um museu de NY.
O resultado é uma perseguição
de gato e rato, na qual a investigadora Catherine Banning (Rene
Russo) se confronta, em cenas
sensuais e românticas, com o atípico criminoso, elegantemente
vestido à moda de James Bond.
A nova versão do original de
1968 (protagonizado por Steve
McQueen e Faye Dunaway) é o
segundo filme produzido pela
empresa de Brosnan, a Irish
Dream Time Films, e tem um significado especial para ele.
"Desde pequeno fui um grande
fã de Steve McQueen. Ele sempre
foi o meu ídolo do cinema. Lembro que o original de "Thomas
Crown" foi o filme que me fez decidir seguir a carreira de ator."
A seguir, leia trechos da entrevista que Brosnan deu à Folha, na
qual ele descreve seu fascínio por
Thomas Crown, compara o original da década de 60 e a produção
atual e fala da importância de James Bond em sua vida.
Folha - O que o levou a fazer
um remake de um clássico?
Pierce Brosnan - Thomas
Crown foi literalmente o começo
de minha carreira. Aprendi muito
assistindo aos filmes de Steve
McQueen e Clint Eastwood da década de 60. Além disso eu e meu
sócio, Beau St. Clair, concordamos que o original deixava espaço
para desenvolver a história de
uma forma diferente e criativa,
com personalidade própria.
Folha - Como você compara o
Thomas Crown de Steve
McQueen com o seu?
Brosnan - Ninguém possui o
jeito "cool" de Steve McQueen
diante das câmaras. Quanto ao
personagem, ele tem características próprias em cada versão. Procurei fazer o papel de forma contemporânea. Afinal de contas, 30
anos separam os dois filmes.
Folha - Como você reage a
comparações que apontam semelhanças entre Thomas Crown
e James Bond?
Brosnan - Seria perfeito se as
pessoas esquecessem Bond quando estivessem assistindo a "Thomas Crown". James Bond é um
personagem universal, que está
na mente de pessoas de todas as
gerações. Além disso, ambos os
filmes trazem histórias românticas em que o suspense e a ação
servem para estabelecer um envolvimento afetivo entre seus personagens principais. Mas, logo no
começo, vemos que Crown não é
Bond. Bond jamais cometeria um
crime pelo sabor do perigo.
Folha - Como James Bond mudou a sua vida?
Brosnan - Em minha vida particular, ele me fez mais próximo de
minha ex-mulher, que morreu de
câncer no ovário. Cassandra
(Harris) era atriz e entendia bem
o que representava a possibilidade de interpretar um papel tão
popular como Bond. Foi Cassie
quem me convenceu a fazer do
sonho de interpretar Bond uma
realidade.
Profissionalmente, Bond abriu
todos os caminhos que antes dele
se encontravam fechados para
mim. Se hoje tenho a oportunidade de produzir meus projetos pessoais, devo isso ao poder da imagem de James Bond. Antes de
"GoldenEye" (95) eu havia participado de vários filmes, mas era
praticamente desconhecido.
Folha - O que é preciso para
um ator interpretar com sucesso
o personagem James Bond?
Brosnan - Acredito que confiança no trabalho que faz é fundamental. Ele tem que acreditar
em si como homem e como ator
também, fazer Bond real para si
próprio. Essa foi a minha maior
dificuldade quando fiz o primeiro
filme da série. Antes das gravações, levei tempo para me ver na
pele do agente secreto mais famoso da história do cinema.
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