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CINEMA
O quarto filme da série deve estrear no Brasil dia 4 de julho protagonizado por George Clooney e Chris O'Donnell
"Batman & Robin" opta pelo público
ADRIANE GRAU
em Los Angeles
Se Batman soubesse que o diretor Joel Schumacher um dia iria
reinventá-lo, jamais pensaria em
se aposentar. Nas mãos do ex-figurinista e criativo diretor, o herói
criado há quase 60 anos pelo quadrinista Bob Kane fica cada vez
mais sensual e bonitão.
Para fazer "Batman & Robin",
que deve estrear no Brasil dia 4 de
julho, Schumacher dispensou Val
Kilmer e colocou George Clooney
(da série de televisão "E. R" e do
filme "Um Dia Especial") na roupa de borracha do homem-morcego. Com isso, o super-herói ficou
mais humano.
"Tivemos 60 anos de um Batman quase narcisista, auto-absorvido, e eu queria evoluir para um
Batman mais leve", explica o diretor, que deve visitar o Brasil no final deste mês acompanhado de
Chris O'Donnell, o Robin. "Chega
de ficar lamentando a morte dos
pais", completa Schumacher.
Gotham City também está mais
leve neste filme. "A idéia é mostrar que Gotham tem futuro e não
que vai desaparecer do mapa", explica o supervisor de efeitos especiais John Dykstra. "Queremos
tornar o filme mais próximo do
público."
O público jovem que compareceu a um cinema nas imediações
da UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, para ter
suas reações analisadas pelo estúdio, não deixa dúvidas sobre o que
gosta de ver na tela.
Logo no início do filme, quando
closes do peito e do traseiro de Batman e de Robin aparecem superampliados, a sala é invadida por
berros e assobios. As entradas em
cena de Uma Thurman, como Hera Venenosa, e Alicia Silverstone,
como a sobrinha do mordomo que
vira Batgirl, também causam frisson. "Não é sexualidade pura",
diz o produtor Peter MacGregor-Scott. "É apenas sexualidade
de verão mostrar as 'bat-bundas' e
as garotas."
"Gosto de saber que eles se animam tanto, mas, por outro lado, é
ruim, pois não há como escutar algumas partes dos diálogos", pensa Schumacher. "Eu estava sentado perto da porta, onde fico sempre, com medo que eles viessem
me pegar se não gostassem do filme. Mas pelo jeito adoraram."
Como o novo Batman, George
Clooney não acha que o apelo junto ao público é apenas sexual. "O
filme tem que agradar desde adolescentes até aposentados, passando pelo pai que vai ao cinema com
os filhos", diz ele. "Acho que Batman, estando mais humanizado,
passa excelente valores de família,
ao mostrar sua dor e o medo de
perder o mordomo Alfred que o
criou."
Os figurinos da dupla ganharam
tom azul bem escuro, quase negro
desta vez. Inteiramente de borracha, os trajes foram novamente
desaprovados pelos atores em termos de conforto. "O meu ficou até
pior, pois agora tem algo que me
prende no pescoço também", diz
Chris O'Donnell. "Mas a cada vez
que eu e George pensávamos em
reclamar, olhávamos para Arnold
com seus 30 kg de luzes e cara pintada de azul e percebíamos que até
tínhamos nos dado bem."
Os jovens Chris O'Donnell e Alicia Silverstone se unem como Robin e Batgirl. A atriz, que foi criticada pelo excesso de peso durante
as filmagens, afirma que não está
nem aí para os comentários. "A
imprensa que gera tais críticas não
me machuca em nada, eles machucam suas próprias filhas, as filhas
delas e suas netas, pois não é uma
boa mensagem a que estão espalhando."
"Peso não é importante, pois é a
Batgirl, não a 'bat-gatinha'. Ela
não sai por aí seduzindo caras e
sim lutando ao lado de Batman e
Robin", completa ela, que já reconquistou a forma física anterior.
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