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Escritor vê letargia coletiva
da Redação
Ignácio de
Loyola Brandão criou, em
"O Homem
Que Odiava a
Segunda-Feira", um mundo absurdo na
tentativa de chamar a atenção das pessoas para o fato
de que o que parece incrível
à primeira vista pode soar
profético à segunda.
Assim como descreveu um
congestionamento de trânsito gigantesco em "Não Verás País Nenhum" como algo imaginário e que hoje é
quase real por completo, Loyola traz agora novas alegorias irreais e incríveis, mas
que não estão longe do mundo bizarro que temos hoje.
Surgem funcionários públicos seguindo manuais de
leis esquisitas que só atrapalham a vida das pessoas,
porteiros que se outorgam
uma autoridade de demiurgos e homens solitários que
só conseguem se abrir com
uma pequena formiga.
Esse mundo absurdo, frisa
Loyola por meio de seus personagens contemplativos e
perdidos, já existe. Para o
autor, há uma letargia coletiva, cada ser humano é autista a seu modo e essa situação
foi causada pelo excesso de
informação, pela obediência
histórica a leis absurdas e pelo temor de todos em relação
à máquina burocrática.
Loyola lista manchetes
"impossíveis": "Mulher enxerga pelos ouvidos" ou
"Descoberto um homem
que não usa celular", como
se perguntasse ao leitor se as
notícias que ele lê, ouve e vê
hoje em dia estão muito distante das citadas acima.
(SC)
Avaliação:
Livro: O Homem Que Odiava a
Segunda-Feira - As Aventuras
Possíveis
Autor: Ignácio de Loyola Brandão
Editora: Global
Quanto: R$ 19 (164 págs.)
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