São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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Escritor vê letargia coletiva

da Redação


Ignácio de Loyola Brandão criou, em "O Homem Que Odiava a Segunda-Feira", um mundo absurdo na tentativa de chamar a atenção das pessoas para o fato de que o que parece incrível à primeira vista pode soar profético à segunda.
Assim como descreveu um congestionamento de trânsito gigantesco em "Não Verás País Nenhum" como algo imaginário e que hoje é quase real por completo, Loyola traz agora novas alegorias irreais e incríveis, mas que não estão longe do mundo bizarro que temos hoje.
Surgem funcionários públicos seguindo manuais de leis esquisitas que só atrapalham a vida das pessoas, porteiros que se outorgam uma autoridade de demiurgos e homens solitários que só conseguem se abrir com uma pequena formiga.
Esse mundo absurdo, frisa Loyola por meio de seus personagens contemplativos e perdidos, já existe. Para o autor, há uma letargia coletiva, cada ser humano é autista a seu modo e essa situação foi causada pelo excesso de informação, pela obediência histórica a leis absurdas e pelo temor de todos em relação à máquina burocrática.
Loyola lista manchetes "impossíveis": "Mulher enxerga pelos ouvidos" ou "Descoberto um homem que não usa celular", como se perguntasse ao leitor se as notícias que ele lê, ouve e vê hoje em dia estão muito distante das citadas acima. (SC)


Avaliação:     

Livro: O Homem Que Odiava a Segunda-Feira - As Aventuras Possíveis Autor: Ignácio de Loyola Brandão Editora: Global Quanto: R$ 19 (164 págs.)

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