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MÚSICA
É lançado no Brasil o álbum de estréia da primeira banda de cartum do mundo, liderada por Damon Albarn (Blur)
No planeta dos Gorillaz, o pop ganha cor
MARCELO NEGROMONTE
DA REDAÇÃO
A idéia surgiu quando ainda
moravam juntos em Londres e assistiam à MTV. Damon Albarn e
Jamie Hewlett pensaram: "Por
que não fazemos uma banda de
desenho animado?". Surgiram
então o vocalista 2D, o baixista
Murdoc, o baterista Russel e a japonesinha Noodle: o Gorillaz.
Albarn é o vocalista de uma das
bandas mais significativas do pop
britânico, Blur, e Hewlett, é desenhista, um dos criadores do semi-cult "Tank Girl". Das mentes desses dois saiu "Gorillaz", o álbum, e
todo o conceito faça-você-mesmo
da banda, que atinge o fantasioso
Gorillaz.com e as apresentações
ao vivo cheias de mistério.
Lançado na Inglaterra em março, "Gorillaz" sai agora no Brasil e,
surpresa, a banda aparece na rádio e na MTV locais ("Clint Eastwood"). Nem tudo está perdido.
Entre o conglomerado eclético
de artistas que integram o álbum
estão o produtor de hip hop Dan
Nakamura (The Automator); a
cantora Miho Hatori, do Cibo
Matto; a baixista do Tom Tom
Club, Tina Weymouth; o rapper
Del tha Funky Homosapien; e o
cantor cubano Ibrahim Ferrer.
Leia a seguir entrevista com Hewlett, 33, de Londres.
Folha - Gorillaz é uma paródia aos
atuais popstars que se tornam personagens de si mesmos. Como fizeram isso numa major [EMI"?
Jamie Hewlett - Foi uma questão
de confiança deles, já que Damon
é um bom vendedor de discos e eu
sou razoavelmente conhecido pelos meus trabalhos. Quanto aos
artistas que você mencionou, o
caso mais evidente é o de Marilyn
Manson, cuja criatura não se dissocia mais do criador. No nosso
caso, o divertido é direcionar a vida dos personagens, que possuem
vida cotidiana própria, basta ver
no site. Eles são reais [risos".
Folha - Sim. Li recentemente uma
entrevista de Murdoc em que ele se
recusava ser indicado para o Mercury Prize [o prêmio mais festejado
da música britânica" deste ano.
Hewlett - Na época havia um
boato de que seríamos indicados
ao prêmio. Gostaríamos de receber prêmios pelo disco, mas o
Mercury é um prêmio da indústria. É o beijo da morte: todas as
bandas que receberam desapareceram. É uma maldição. Então
Murdoc disse que ganhar o prêmio é como carregar um albatroz
morto envolto no pescoço pelo
resto da vida. Foi engraçado.
Folha - E como são os shows ao vivo? Quem toca de verdade?
Hewlett - Até agora foram quatro apresentações. Há uma grande tela de cinema no palco, e, atrás
dela, a banda tocando ao vivo. Na
tela são exibidas imagens dos personagens se apresentando em sincronia com a música. Quem são
eles? Ah, não posso falar [risos].
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