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Idéias dos anos 60 são usadas em instalação
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
No contexto de novas formas
de ação da arte contemporânea,
três instalações permanentes foram inauguradas ontem, no parque do Museu do Açude, no Rio.
As obras de Lygia Pape, José
Resende e Nuno Ramos são uma
nova versão dos já tradicionais
jardins de esculturas, como o que
existe no parque da Luz, em São
Paulo, por exemplo.
"Com esse projeto, retomamos
algumas idéias dos anos 60, como a do espaço se apropriar da
arte. A diferença é que agora, em
vez do cubo branco, é a própria
natureza que propõe o convívio",
diz Marcio Doctors, curador do
programa no Museu do Açude.
Desde 1999, Doctors é responsável pela seleção de artistas que
realizam obras para dialogar
com a verde mata do Parque Nacional da Tijuca, onde se localiza
a sede do museu.
Anna Maria Maiolino, Iole de
Freitas, Hélio Oiticica e Fernanda
Gomes foram os primeiros artistas a participar do projeto.
Oiticica é o único cuja obra,
"Penetrável Magic Square n� 5",
não foi criada para o local, apenas lá viabilizada.
As novas obras abarcam,
"coincidentemente", segundo
Doctors, artistas que surgiram
em três décadas distintas: Pape
nos 60, Resende nos 70 e Ramos
nos 80.
Pape apresenta a instalação
"New House", título irônico para
uma estrutura transparente,
dentro da qual estão paredes e tetos destruídos.
Resende criou uma lâmina de
mármore branco de 20 m x 60
cm, que flutua, sustentada por
fios, em meio à mata.
Ramos, com "Calado", colocou
dois imensos blocos de asfalto e
óleo em meio a um dos caminhos
da floresta, que dificulta a passagem dos visitantes.
"Espero com esse conjunto de
obras criar uma arte das presenças, uma forma de resistência à
virtualidade do mundo contemporâneo", diz ainda Doctors.
(FC)
NOVAS INSTALAÇÕES
PERMANENTES - Obras de Lygia Pape,
José Rezende e Nuno Ramos. Curadoria:
Márcio Doctors. Onde: Parque do Museu
do Açude (Estrada do Açude, 764, Alto
da Boa Vista, Rio, tel. 0/xx/21/ 2492-5443). Quando: de qui. a dom., das 11h
às 17h. Quanto: R$ 2. Patrocínio:
Petrobras.
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