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CRÍTICA
"Bebadosamba" é clássico
LUIZ ANTÔNIO RYFF
da Reportagem Local
O espetáculo "Bebadosamba", de Paulinho da Viola, é a
confirmação do óbvio. Em primeiro lugar, relembra que
Paulinho é o maior sambista do
país. Em segundo, evidencia
que o disco homônimo, lançado no final do ano passado, já
nasceu clássico.
É quando Paulinho canta
músicas como "Ame" e "Timoneiro", na segunda metade
do show, que o espetáculo ganha mais brilho.
E a disputa é árdua. Afinal, o
roteiro abre espaço para composições de Lupicínio Rodrigues, Nélson Cavaquinho, Cartola, Noel Rosa, Wilson Batista, Orestes Barbosa, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Zé Kéti, Paulo da Portela, Candeia e Aldir
Blanc, entre outros.
Em 1h40 de espetáculo, o
cantor desfia 40 pérolas, como
"Foi Um Rio Que Passou Em
Minha Vida", sozinho ao violão, e "Triste Cuíca", de Noel,
com violão e cuíca.
Em alguns momentos, brinda o público com comentários
sobre as músicas, como em
"As Rosas Não Falam", de
Cartola, que ele, emocionado,
ouviu em primeira mão e passou anos sem conseguir tocar.
O show é dividido em seis
blocos não muito rígidos. No
primeiro, "Bebadopassado", e
no terceiro, "Bebadosoutros",
Paulinho apresenta sambas de
outros compositores, como
"Sei Que É Covardia", de
Ataulfo Alves, e "Mulato Calado", de Wilson Batista.
"Bebadasfases", segunda
parte, traz músicas gravadas
por ele no passado, como
"Onde A Dor Não Tem Razão". No quarto bloco, mostra
as músicas de "Bebadosamba"
e, lamentavelmente, deixa de
fora "Reverso da Paixão".
Com o show já ganho, é a vez
de Paulinho tocar quatro de
seus maiores clássicos: "Dança da Solidão", "Coração Leviano", "Argumento" e
"Quando Bate Uma Saudade".
"Timoneiro" e "Bebadosamba" fecham o show, que só
não é impecável por que Paulinho teve que driblar alguns
obstáculos, como problemas
no som do Tom Brasil -habitualmente satisfatório.
Mas as notas dissonantes do
espetáculo foram emitidas por
parte da platéia. Gritos como
"Quebra tudo Paulinho" deveriam ser guardados para grupos de death metal.
Os gritos -de "lindo" e que
tais- o constrangem a ponto
dele fingir que não ouve o óbvio. Prefere disfarçar. "É a Lila
(sua mulher) que está na platéia", brinca.
Show: Bebadosamba
Artista: Paulinho da Viola
Onde: Tom Brasil (r. Olimpíadas, 66,
Vila Olímpia, tel. 011/820-2326)
Quando: sexta e sábado, às 22h,
domingo, às 20h
Quanto: de R$ 20 a R$ 40
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