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VIDA REAL
Moradores de Petrópolis especulam sobre rotina
Gravação estimula a curiosidade local
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Mais estranho que saber que
o "reality show" "La Fattoria" é
gravado em Itaipava, é não poder assistir ao programa nem
ter conhecimento, apesar da
proximidade, do que acontece
diariamente no "set" da fazenda Santo Antônio, segundo a
vendedora Renata Perico, 20.
Compartilham da mesma
opinião a maioria dos moradores de Petrópolis ouvidos pela
Folha, que pouco sabem sobre
a atração, mas especulam sobre
o dia-a-dia no local. "No café
da manhã, cada dia uma pessoa
chega com uma novidade sobre o programa. Vira o assunto
do dia", afirma.
Segundo ela, o tema é tão recorrente que ganhou a preferência dos moradores mesmo
enquanto ainda era exibida no
país a versão da Globo para o
"Big Brother". "Eu, por exemplo, parei de assistir depois que
a Pink saiu. Daí, só falava do
nosso "Big Brother'", conta Perico, que trabalha no shopping
Villarejo, um dos locais mais
freqüentados pelos italianos.
"Tem umas histórias engraçadas, mas a gente não sabe se é
verdade. Parece que, no dia da
estréia, eles estavam ao vivo, e
um cavalo arredio passou na
frente da câmera", conta a também vendedora Ana Cristina
Carvalho, 28. "Sei que na semana passada eles construíram
um campo de futebol para fazer uma prova", informa, baseada no relato de um de seus
vizinhos que teria trabalhado
na manutenção do programa.
Apesar da "invasão" italiana
no bairro por conta da produção, pouco se sabe sobre ela.
Na TV brasileira, "La Fattoria" ainda não tem previsão de
estrear. É possível, no entanto,
que algum canal pago compre
o programa para exibir aqui
depois que ele terminar na Itália, como já aconteceu com outros "reality shows".
Abordados na rua pela Folha, moradores disseram saber
da existência de um ""Big Brother" italiano". É o caso da gerente do hipermercado do
bairro, que preferiu não se
identificar.
"Não sei o que estão fazendo
aqui, mas eles sempre vêm em
grupos e fazem compras, chamando muito a atenção. Um
dia, queriam chocolate em pó,
mas não sabiam falar nada em
português e pediram ajuda aos
nossos funcionários. A gente se
diverte", conta.
No ponto de táxi, os motoristas Luís Carlos de Sousa, 48,
Paulo César Macedo, 56, e Paulo Alves, 39, também se entretêm ao contar histórias dos italianos que estão na cidade. "A
gente leva o pessoal do "Big
Brother" para o hotel; eles saem
à noite e estão movimentando
a cidade", diz Souza, taxista de
um dos dois pontos de veículos
disponíveis no bairro.
Num dos hotéis onde estão
hospedados os integrantes da
produção, a curiosidade é ainda maior. "Eles trabalham o dia
todo, as vans chegam e vão rapidamente. Um dia perguntei
como poderia assistir, mas eles
me disseram que eu não poderia. Daí, perguntei o site, mas
também não me disseram",
conta um funcionário, que
também pediu para não ter seu
nome divulgado.
(MB)
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