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Nova imortal da ABL, Cleonice Berardinelli estreia fardão feminino
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A escritora e professora
universitária Cleonice Berardinelli, 93, nova imortal
que passou a ocupar a cadeira número oito da Academia
Brasileira de Letras (ABL),
tomou posse ontem estreando o novo fardão feminino,
que diferencia o traje oficial
das mulheres, até então igual
ao masculino.
No modelo, desenhado pelo estilista Guilherme Guimarães, o tom verde e os bordados dourados foram mantidos, mas a camisa recebeu
modelagem mais comprida e
folgada que a masculina.
Professora universitária,
especialista em literatura
portuguesa, Cleonice venceu
a eleição realizada em 16 de
dezembro do ano passado,
com 30 votos, dos 39 no total, tendo o professor e político Ronaldo Costa Couto,
ex-ministro de José Sarney,
como principal concorrente.
Durante o discurso, Cleonice revelou ao público que
conhecera aos nove anos o
fundador da cadeira número
oito, o poeta Alberto de Oliveira (1857-1937), a quem recitou poemas em um inusitado encontro em São Lourenço (MG), em 1926.
Professora emérita da
Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e da PUC
do Rio, Cleonice disse que
guarda até hoje, 84 anos depois, o livreto onde Oliveira
escrevera um verso para ela.
À vontade entre os novos
confrades acadêmicos, dentre os quais quatro foram
seus alunos, ela recebeu o diploma das mãos de Domício
Proença Filho e o colar de
Antonio Carlos Secchin.
Considerada a maior especialista brasileira em Luís de
Camões (1524-1580) e Fernando Pessoa (1888-1935),
Cleonice graduou-se em letras neolatinas pela Universidade de São Paulo (USP).
Nos 113 anos da Academia,
Cleonice é apenas a sétima
mulher a tornar-se imortal.
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