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CARREIRA
Uso da engenharia nuclear vai da área energética à médica
UFRJ pretende oferecer em 2009 o primeiro curso de graduação do país
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
A aplicação da engenharia
nuclear é mais corriqueira do
que muitos imaginam -tanto
na área médica como na geração de energia elétrica, além da
agricultura e do ambiente. Para
dar uma idéia, a central nuclear
de Angra dos Reis (RJ) responde pelo equivalente a mais de
50% da energia consumida no
Estado do Rio de Janeiro.
Exames médicos que investigam problemas na tireóide, por
exemplo, usam material radioativo, como o iodo-131, que
deixa os tecidos realçados e
permite a análise do seu funcionamento com a ajuda de um
equipamento. A matéria-prima
para fabricar esses radiofármacos é produzida em reatores
nucleares, como o do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares), na USP.
Com a retomada do Programa Nuclear Brasileiro pelo governo federal, a expectativa é
que aumente a demanda de
mão-de-obra especializada nos
próximos anos.
De olho nisso, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) pretende oferecer a partir de 2009 o primeiro curso de
graduação de engenharia nuclear do país.
Atualmente, existe somente
pós-graduação no campo nuclear. Então, o profissional que
hoje atua nesse setor é, em geral, formado em física ou em
outra área da engenharia.
A criação do curso na UFRJ
já foi aprovada por todos os departamentos responsáveis da
instituição e deve ser formalizada numa reunião do Conselho de Ensino e Graduação prevista para amanhã.
"O fato deflagrador para a
implantação do curso, que estava em estudo havia um ano, é a
retomada do programa nuclear
[brasileiro]", afirma Ericksson
Almendra, diretor da Escola
Politécnica da UFRJ. "Não vai
faltar emprego", opina.
O programa prevê em breve a
construção de Angra 3, a terceira usina termonuclear do Brasil, além do desenvolvimento
tecnológico na área, daí as perspectivas profissionais serem
bastante promissoras.
"Entre as suas atribuições, o
engenheiro nuclear será responsável por projetar e operar
reatores, que nada mais são do
que os locais onde ocorrem reações químicas, no caso, no núcleo dos átomos, por isso serem
nucleares", explica José Augusto Perrotta, assessor da superintendência para a área de engenharia nuclear do Ipen.
Ciclo básico
Uma outra novidade da
UFRJ para a engenharia no
próximo ano é a adoção de um
ciclo básico de dois anos para
parte dos ingressantes. Às 790
vagas existentes na graduação,
serão somadas mais 80, totalizando 870. Dessas, 100 serão
destinadas ao ciclo básico -a
definição pela área, entre elas a
nuclear, ocorrerá posteriormente e será decidida pelo desempenho acadêmico. As outras 770 vagas serão distribuídas entre as 12 habilitações disponíveis em engenharia.
No ciclo básico, as disciplinas
serão comuns a todas as engenharias e, a partir do quinto semestre, começarão as matérias
mais específicas. Segundo Almendra, após o término do ciclo básico, 25 lugares devem ser
destinados para a área nuclear,
mas o o número de vagas ainda
não está fechado.
"No curso de engenharia nuclear, pretendemos formar um
profissional capaz de exercer
todas as atividades em uma usina nuclear e também de lidar
com as diversas aplicações da
energia nuclear", afirma Paulo
Fernando Ferreira Frutuoso e
Melo, que é chefe do departamento de engenharia nuclear
da UFRJ.
Na USP, ainda não está em
estudo a implantação de uma
graduação na área, de acordo
com José Roberto Cardoso, vice-diretor da Escola Politécnica da instituição.
Vestibular
Além da engenharia nuclear,
a UFRJ também deve oferecer
novos cursos com ingresso no
seu próximo vestibular.
"Relações internacionais e
história da arte já foram aprovados, mas ainda há outros cerca de dez novos cursos que
também devem ter início no
ano que vem, mas ainda estão
passíveis de confirmação", afirma Luiz Otavio Langlois, coordenador acadêmico do vestibular da UFRJ.
NA INTERNET -
Veja mais informações em www.ufrj.br
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