São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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Acerte no presente de Natal



CDs de MPB, tecno, rock, ska, pop e rap saídos do forno são boa pedida


"Sideways Soul", Jon Spencer Blues Explosion e Dub Narcotic Sound System. Imaginou o encontro do mestre do blues sujão com uma da bandas mais cool que existem por aí? Não? Então, é porque você ainda não tem este disco. A parceria entre o JSBE e o DNSS ficou tão doidona que consegue lembrar Doors, Cramps e Halo Benders no mesmo CD. (CLAUDIA ASSEF)

"À Moda Antiga", Skuba. O grupo curitibano de ska chega ao segundo álbum com a animação e o bom-gosto incólumes. A começar pela capa, num trabalho gráfico homenageando os anos 50. "Drugs", que já toca nas rádios, é boa trilha de verão. Como todo o CD, dançante e com bons refrãos para cantar junto. Ficou esperta a versão para "A Praieira", de Chico Science. (THALES DE MENEZES)

"Plastic Soda", Jupiter Apple. O cara mudou de nome e de som radicalmente. O ex-Júpiter Maçã incorporou o nome gringo e trocou as linhas descaradamente chupinhadas dos Mutantes por climas mais cool, com pitadas de jazz. O resultado é uma bossa nova chapada: músicas que podem durar até 8 minutos sem que você se dê conta de que está ouvindo algo. Mais sutil, impossível. (CA)

"Avenue B", Iggy Pop. O novo CD mostra que Iggy Pop entrou mesmo em fase de tigrão cool. No disco, o cara fala de uma portenha bonitona ("Miss Argentina"), de uma namorada chique ("Nazi Girlfriend") e de uma amante que ele cobriu de porrada ("I Felt the Luxury"). Além de atacar de don juan ciquentão, ele mostra que sabe cantar em espanhol tosco (em "Español"). Confira. (CA)

"The Battle of Los Angeles", Rage Against the Machine. O vocalista Zack De La Rocha continua nervosinho e o guitarrista Tom Morello continua salvando a pátria. A guitarra cheiona compensa o discurso mala-politicamente-correto das letras -sorte deles que nem a garotada americana presta muita atenção. Bom pra quem não entende inglês. (CA)

"Pérola aos Povos", Rita Ribeiro. Os irmãos Mangabeira, Lelena, Tuco Marcondes e banda dão a retaguarda afiada para a cantora zoar. Parece uma brincadeira sonora. E o que é melhor: com sabedoria na escolha do repertório. Atenção para a versão de "Vendedor de Bananas", de Benjor, com a participação do DJ Hum ficou melhor que a encomenda. (MAGALY PRADO)

"Ratão", Ratão. O gaúcho Ratão, ex-vocalista da banda de rock Justa Causa, errou um pouco a mão neste seu disco de estréia. Mas só um pouco. Dá para dizer que, descontando o vocal à la Maurício Manieri, cheio de exageros, o CD mostra que o cara pode evoluir bastante no cenário da eletrônica pop do bem, que só agora começa a ser explorado no Brasil. (CA)

"Balada MTV", Barão Vermelho. Não é acústico, é só a banda recordando hits em clima intimista, diante de uma platéia pequena e amiga. Com a competência de sempre, o Barão surpreende no repertório, que resgata muita coisa da fase Cazuza e recria Raul Seixas ("Tente Outra Vez") e Legião Urbana ("Quando o Sol Bater na Janela do seu Quarto"). E Frejat está cantando muito. (TM)

"Espaço Rap, Volume II". O segundo CD coletânea do programa "Espaço Rap", da 105 FM, traz algumas jóias do hip hop de São Paulo. A começar por "Fogo na Bomba", do De Menos Crime, que já virou hit entre a galera do hip hop. O disco traz ainda Conexão do Morro, Face da Morte, Xis & Dentinho e, é claro, Thaíde & DJ Hum. CD documento do rap nacional. (CA)

"Voadeira", Monica Salmaso. Se ainda é possível criar música de tutano na MPB tradicional, a cantora se confirma como uma das grandes trincheiras do cenário. Faz MPB tradicional, com suavidade e sem nenhum ranço de exibicionismo. Em canções novas, como "Dançapé", ou em regravaçõs, mostra que não tem para ninguém - um acontecimento. (PEDRO ALEXANDRE SANCHES)

"É Música", Ram Science. Trance, tecno, drum" n" bass e big beat brazuca de qualidade é o que você vai encontrar neste CD. O DJ e produtor Ramilson Maia, "dono" do Ram Science, é ágil na discotecagem e ousa sem escorregar -tem até som de berimbau e participações de bandas regionais do nordeste cantando no disco. Ouça o batidão "Só Jesus Salva" no talo. (CA)

"World Coming Down", Type O" Negative. Fim dos tempos, fim do mundo. É a que nos remetem os músicos mais soturnos do universo. Heavy e industrial é a receita que marca o som possuído dos caras. O melhor de "Bruxa de Blair" foi a trilha, composta por eles, é claro. O CD é duca. Traz faixas cavernosas. O único porém: deveria ser proibido, por lei, regravar Beatles. (MP)

"N� 4", Stone Temple Pilots. Não tenha vergonha de dizer que você gosta de grunge se a banda em questão for o velho e bom Stone Temple Pilots. Depois de vários arranca-rabos, baixarias envolvendo drogas, discos solo e projetos paralelos dos músicos, o vocalista Scott Weiland e os três integrantes da banda colocaram as diferenças de lado e voltaram a tocar juntos. Pauleira da boa. (CA)

"Midnight Vultures", Beck. Ainda bem que o Beck enjoou do Caetano. Pelo menos é o que parece neste novo CD. No lugar de pirar no tropicalismo, ele foi buscar referências na música eletrônica do começo dos anos 80. De Kraftwerk a Human League, passando por Tom Tom Club e Heaven 17, a inspiração, até para a capa do CD, é oitentona. Disco sem compromisso, mas legal. (CA)



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