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OUÇA ESSAS CANÇÕES
Balanção auditivo do ano lembra o que vai ficar e aquilo que todo mundo torce para esquecer
MELHORES DE 2002
POP
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é de hoje que o fenômeno das boy bands está em
franca decadência, mas 2002 foi o ano
em que desceram de vez a ladeira. Nenhum dos três grupos de garotos mais
famosos do gênero teen pop (Backstreet
Boys, N'Sync e Westlife) lançou nada a
não ser coletâneas. Para completar, seus
últimos CDs e shows não venderam tanto quanto suas gravadoras, sedentas por
milhares de doletas, esperavam.
Entre os grupos de garotas, a coisa
também não foi nada próspera. As Spice
Girls estão sumidas do mapa desde 2000,
quando suas integrantes resolveram partir para carreiras solo, e as meninas do
All Saints também não deram muito as
caras nas paradas -lançaram apenas
uma coletânea caça-níqueis.
E isso tem uma explicação: a
adolescência é a fase mais curta
da vida, ou seja, todo ídolo de
teen pop envelhece e todo fã de
teen pop também.
Kevin Richardson, dos BSB, já
bateu na casa dos 30 anos. Victoria Adams e Mel C, das Spice
Girls, estão quase lá. E todos,
muito provavelmente, gostam
da fama e do dinheiro que ela
traz, mas já devem estar cansados de se fantasiarem de teens
para servirem de fantoches da
indústria pop, conquistando fãs
na base do marketing e aguentando a chacota da crítica.
Tudo isso leva artistas engajados em temas confessionais e de
amor a buscar novos nichos. É o
caso de Alanis Morissette, que
voltou às paradas com "Under
Rug Swept". Ou o da australiana
Kilie Minogue, uma mezzo Madonna mezzo Britney Spears
dos anos 80, que voltou com o
divertido "Fever".
Enquanto isso, o gênero teen
pop se segura como pode com o fôlego
de gente como Britney Spears -que em
2002 preferiu o cinema à música- e Robie Williams, que lançou o competente
"Escapology".
Christina Aguilera ganhou destaque
durante 2002 -seja pela rivalidade confessa a Britney, seja pelo disco "Stripped", cheio de hits animados. A grande
novidade ficou por conta de Avril Lavigne, uma canadense guitarrista e skatista
que faz a linha rebelde e, talvez por isso
mesmo, seja a mais carismática de todas
as artistas do gênero teen pop.
No Brasil, Sandy e Júnior, na tentativa
de abocanhar o mercado internacional,
foram tragados por ele ao lançarem o infeliz "Internacional". Wanessa Camargo
se perdeu em melodias chatinhas. E a novata Kelly Key conquistou teens com o
hit "Baba" e a torcida do Corinthians
com a capa da revista "Playboy".
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