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FUTEBOL
Novelas do futebol
ROBERTO AVALLONE
ESPECIAL PARA A FOLHA
Fascinante por suas histórias e personagens, movido a
paixão pela grande maioria
-formada por torcedores fanáticos e também por românticos-,
o futebol vive agora a era dos
grandes negócios, colocando em
destaque figuras emergentes: empresários, procuradores, assessores, "donos de direitos federativos" (o antigo passe) e quetais.
São interessantes, curiosas, digamos, essas figuras emergentes,
personagens do futebol da nova
era. Que tal um passeio aos bastidores do futebol, à prática, para
que tudo não pareça ficção ou
blablablá? Façamos, pois, pequenas novelas, cenas reais:
1) Moscou Contra 007: este foi
um filme da série da qual não estou entre os fãs de carteirinha,
embora torcesse por James Bond,
agente invencível e emérito galanteador. Aqui, neste caso, quem
seria o Bond corintiano contra a
misteriosa parceria da MSI? São
alguns os candidatos, os resistentes, seria injusto destacar um só. E
Moscou, no caso, seriam os supostos investidores da parceria personificada pelo iraniano Kia Joorabchian, mas todos (segundo o
vice Antonio Roque Citadini, que
disse publicamente) "são soviéticos e têm dificuldades com a lei!".
Palavras de Citadini. Que fique
claro: faço figa, cruzo os dedos e
lanço um "Saravá, meu Pai", depois de ler, nesta Folha, de quem
supostamente se trata o homem
que estaria por trás do dinheiro, o
homem que teve seu nome citado
no programa do Milton Neves, na
Record: Badri Parkatsishvili, controvertido magnata da Geórgia.
E quem o citou, todos sabem, foi
o próprio presidente do Corinthians, Alberto Dualib. Meu
Deus! Se Badri for tudo isso, que
os deuses do Olimpo me protejam
e que James Bond me socorra!
(Em tempo, que sou filho de Deus:
se fosse você, não perderia hoje,
no Bola na Rede, da Rede TV!, o
debate entre Citadini e Lico Martins sobre a parceria e Tite).
2) Os Irmãos Karamazov (ou
um filme mexicano que virou
uma daquelas novelas chorosas,
quando o tema central era o ciúme de dois amigos. Ou ex-amigos): ainda me valendo desta Folha, leio a reportagem sobre ciúmes e desencontros entre Dualib,
octogenário presidente corintiano, e o jovem Kia, da MSI. Por
considerar muito simpático e sorridente o senhor Dualib (recordista de títulos entre os presidentes
corintianos), ah, confesso que temi por ele: ora, se for verdadeira a
história de que ele irá receber salário como executivo da MSI, não
estaria incorrendo em grave infração trabalhista? Cuidado: o senhor Dualib, quem sabe, pode até
ser demitido. E ainda por justa
causa? Ah, não, deve ser intriga.
Intriga da oposição, pois não?
E não acredito que Dualib tenha falado tudo aquilo (relembrando o nome de Badri, o terrível
magnata da Geórgia, e que Kia
tem 30% da MSI) para mexer com
o iraniano. Não acredito -deve
ter sido um ato falho. Ou melhor:
não acredito até a página 9. E o livro, feito novela, é bem grande.
Roberto Avallone é apresentador do
programa "Bola na Rede", na Rede TV!
O colunista Tostão está em férias
Fiel assessoria
Espero não ter ofendido nem
ter ferido ninguém no texto ao
lado. Porque senão, senão... Ah,
lá vou de novo com o "Meu
Deus!". Haja paciência para suportar as reclamações de fiéis
assessores, muitas vezes por recados indiretos. Um dia, se
houver chance, conversaremos
sobre isso, caro leitor. É impagável: trata-se de um ramo novo, às vezes com a criatura
usando estilo do criador (meu
bom Felipão, como era verde e
doce o nosso vale...), às vezes
com ameaças de boicotar entrevistas se as críticas forem, digamos, pesadas. É, como diria o
Kléber de Almeida (por onde
andará?): "Não vive na flauta
quem vive de fazer a pauta". Será isso? Hoje, Kléber, fazer a
pauta é fácil. Difícil é driblar
tantos melindres.
E-mail avallone@avallonecomunicacoes.com.br
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