São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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Argentino se destaca no 1 a 0, conquista os 48 mil que foram ao Morumbi e até samba, mas permanência no Corinthians deve ser de no máximo 2 anos

Tevez soma na estréia e subtrai no contrato

DA REPORTAGEM LOCAL

Um argentino levou milhares de seguidores brasileiros ao estádio do Morumbi. Carlos Tevez, 20, 16� estrangeiro a atuar no clube mais popular do Estado, estreou ontem no Corinthians e, meio sem jeito, sambou.
Após o gol solitário de Coelho, em pênalti originado em jogada de Tevez, a mais cara contratação da história do futebol brasileiro -cerca de R$ 60 milhões- ensaiou seus primeiros passos do estilo musical mais popular do país.
O badalado argentino, no entanto, terá só dois anos para ficar afiado no samba e conduzir o Corinthians, amparado pelos milhões da parceira MSI, ao seu ambicioso projeto de internacionalização. Pelo menos é o que atesta o registro do atleta no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF.
De acordo com o documento, disponível na página da confederação na internet, o contrato de Tevez com o Corinthians começou em 13 de janeiro deste ano e vai até 13 de janeiro de 2007.
Esse período é três anos menor do que o aquele que tem sido divulgado pelo clube e pela MSI.
"O contrato dele é de cinco anos, que é o máximo que a lei permite. Eu mesmo assinei. Vai de dezembro de 2004 a dezembro de 2009", reforçou à Folha o presidente do Corinthians, Alberto Dualib. A MSI também informou que esse é o tempo de contrato.
Ontem, 48 mil corintianos foram ao Morumbi para acompanhar a estréia do argentino. A MSI e o Corinthians programaram essa data, na quarta rodada do Paulista, para dar tempo maior de preparação às estrelas.
Mas, no meio do caminho, Tevez encontrou a erisipela, doença infecciosa bacteriana que afetou sua perna direita na preparação da equipe em Porto Feliz (SP).
Foi internado por dois dias, ficou quatro sem treinar, e sua presença no jogo esteve ameaçada.
Mas a festa já estava armada. Recuperado, com uma cicatriz no local infeccionado, Tevez entrou no gramado do Morumbi, alugado especialmente para o Corinthians desfilar sua maior estrela, que ontem assumiu a camisa 10.
O governador de São Paulo, o santista Geraldo Alckmin, foi ao Morumbi ver Tevez. O financiador da alegria corintiana, Kia Joorabchian, que dirige a MSI, também esteve lá. E foi aplaudido.
No "salão de festas" corintiano, ainda houve espaço para brindar o time de juniores, campeão da Copa São Paulo, que deu a volta olímpica e aguardou a entrada de Tevez, saudado efusivamente como "Carlitos", como gosta de ser chamado, pela torcida. Sorridente, respondeu com acenos.
Em seu primeiro toque na bola, a torcida vibrou. Depois, Tevez levantou as arquibancadas com dois dribles, mas foi desarmado.
Nos dez minutos seguintes, "sumiu". Mas logo ressurgiu e tomou de vez conta do espetáculo.
Recuou, driblou, deu o primeiro chute a gol, inflamou a torcida e presenteou Carlos Alberto com belo passe. O meia sofreu pênalti. Coelho fez o gol do jogo, e, em uma roda, os três sambaram.
No decorrer do jogo, Tevez ficou à vontade. Assumiu o time, deu passes, dribles, chutes e, no segundo tempo, as vaias da torcida pelo mau futebol do time só cessavam quando ele tinha a bola.
"A torcida foi carinhosa. Estou muito contente", disse o argentino, extenuado, após o jogo. "O time não foi muito bem, mas foi só o primeiro jogo juntos. Ainda vamos melhorar bastante." (EDUARDO ARRUDA E KLEBER TOMAZ)

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