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Argentino se destaca no 1 a 0, conquista os 48 mil que foram ao Morumbi e até samba, mas permanência no Corinthians deve ser de no máximo 2 anos
Tevez soma na estréia e subtrai no contrato
DA REPORTAGEM LOCAL
Um argentino levou milhares
de seguidores brasileiros ao estádio do Morumbi. Carlos Tevez,
20, 16� estrangeiro a atuar no clube mais popular do Estado, estreou ontem no Corinthians e,
meio sem jeito, sambou.
Após o gol solitário de Coelho,
em pênalti originado em jogada
de Tevez, a mais cara contratação
da história do futebol brasileiro
-cerca de R$ 60 milhões- ensaiou seus primeiros passos do estilo musical mais popular do país.
O badalado argentino, no entanto, terá só dois anos para ficar
afiado no samba e conduzir o Corinthians, amparado pelos milhões da parceira MSI, ao seu ambicioso projeto de internacionalização. Pelo menos é o que atesta o
registro do atleta no BID (Boletim
Informativo Diário) da CBF.
De acordo com o documento,
disponível na página da confederação na internet, o contrato de
Tevez com o Corinthians começou em 13 de janeiro deste ano e
vai até 13 de janeiro de 2007.
Esse período é três anos menor
do que o aquele que tem sido divulgado pelo clube e pela MSI.
"O contrato dele é de cinco
anos, que é o máximo que a lei
permite. Eu mesmo assinei. Vai
de dezembro de 2004 a dezembro
de 2009", reforçou à Folha o presidente do Corinthians, Alberto
Dualib. A MSI também informou
que esse é o tempo de contrato.
Ontem, 48 mil corintianos foram ao Morumbi para acompanhar a estréia do argentino. A MSI
e o Corinthians programaram essa data, na quarta rodada do Paulista, para dar tempo maior de
preparação às estrelas.
Mas, no meio do caminho, Tevez encontrou a erisipela, doença
infecciosa bacteriana que afetou
sua perna direita na preparação
da equipe em Porto Feliz (SP).
Foi internado por dois dias, ficou quatro sem treinar, e sua presença no jogo esteve ameaçada.
Mas a festa já estava armada.
Recuperado, com uma cicatriz no
local infeccionado, Tevez entrou
no gramado do Morumbi, alugado especialmente para o Corinthians desfilar sua maior estrela,
que ontem assumiu a camisa 10.
O governador de São Paulo, o
santista Geraldo Alckmin, foi ao
Morumbi ver Tevez. O financiador da alegria corintiana, Kia Joorabchian, que dirige a MSI, também esteve lá. E foi aplaudido.
No "salão de festas" corintiano,
ainda houve espaço para brindar
o time de juniores, campeão da
Copa São Paulo, que deu a volta
olímpica e aguardou a entrada de
Tevez, saudado efusivamente como "Carlitos", como gosta de ser
chamado, pela torcida. Sorridente, respondeu com acenos.
Em seu primeiro toque na bola,
a torcida vibrou. Depois, Tevez levantou as arquibancadas com
dois dribles, mas foi desarmado.
Nos dez minutos seguintes, "sumiu". Mas logo ressurgiu e tomou
de vez conta do espetáculo.
Recuou, driblou, deu o primeiro
chute a gol, inflamou a torcida e
presenteou Carlos Alberto com
belo passe. O meia sofreu pênalti.
Coelho fez o gol do jogo, e, em
uma roda, os três sambaram.
No decorrer do jogo, Tevez ficou à vontade. Assumiu o time,
deu passes, dribles, chutes e, no
segundo tempo, as vaias da torcida pelo mau futebol do time só
cessavam quando ele tinha a bola.
"A torcida foi carinhosa. Estou
muito contente", disse o argentino, extenuado, após o jogo. "O time não foi muito bem, mas foi só
o primeiro jogo juntos. Ainda vamos melhorar bastante."
(EDUARDO ARRUDA E KLEBER TOMAZ)
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