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AUTOMOBILISMO
Dono de equipe, Galvão Bueno intermediou as negociações
Anabolizada pela Globo, Stock Car tenta crescer
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os nomes, quase todos, são os
mesmos de sempre: Ingo Hoffmann, Paulo Gomes, Chico Serra,
Xandy Negrão... A categoria também é velha conhecida do público
que frequenta os autódromos.
A Stock Car, porém, inicia hoje
em Interlagos sua 22� temporada
com um carro novo e pretensões
elevadas. E o motivo principal é
um só: com a ajuda de Galvão
Bueno, dono de 30% de uma
equipe, os dirigentes conseguiram um inédito apoio da Rede
Globo, que passou a ver nas provas uma opção para ganhar audiência nas manhãs de domingo.
Todo o campeonato foi planejado seguindo os moldes da emissora, como aconteceu, nos últimos anos, com esportes como o
"beach soccer" e o vôlei de praia.
Até o regulamento foi alterado
nas negociações com a Globo.
Duas das 12 etapas do campeonato serão mostradas ao vivo pela
emissora. As outras dez entrarão
em compactos, no "Esporte Espetacular", uma semana depois.
Além disso, todo o campeonato
será mostrado, ao vivo, pela
Sportv, canal da Globosat.
"Para aumentar a audiência, as
provas da Globo serão em duas
baterias. Na primeira, os pilotos
obrigatoriamente terão que fazer
um pit stop. A Globo quer mostrar os pits, como na Indy", afirmou Hoffmann, 47, que disputa a
Stock Car desde sua criação, em
1979, e já conquistou 11 títulos.
"Na segunda bateria, a largada
vai ser na ordem inversa de chegada da primeira. É para fazer
show. Agora, tem que ser espetáculo", completou o piloto.
Hoffmann é presidente da Associação Brasileira de Pilotos e
Equipes de Stock Car e Fórmula,
que há dois anos e meio assumiu
o comando da categoria.
"No ano passado, chegamos à
conclusão que, se não fosse com a
Globo, o negócio não iria para
frente. Aí, conversamos com o
Galvão Bueno. Ele marcou uma
reunião no Rio, nos apresentou
para algumas pessoas, e começamos a negociar", disse Gomes, 54,
tetracampeão da categoria. Ao lado de Chico Serra e de Mário Covas Neto, ele corre pela OWL/
Bueno, a equipe do narrador.
O otimismo com o apoio da
emissora está disseminado na categoria. "É a grande virada do automobilismo brasileiro nos últimos 20 anos", declarou Carlos
Col, diretor-superintendente da
associação. "Pela primeira vez,
criamos um chassi para a categoria. E ainda tem o lado promocional. A Globo entendeu que podemos ser um bom produto."
Segundo a Central Globo de Comunicação, a decisão da emissora
em apoiar a Stock Car não implica
perda de espaço para o "beach
soccer" e o vôlei de praia.
"A Globo acha que pode abrir
oportunidade para novos talentos", informou a emissora. "A
Stock Car terá cobertura jornalística no Esporte Espetacular, além
da transmissão de duas provas."
Para Col, o grande diferencial
do apoio da Globo está no fato de
a emissora ter se interessado pela
categoria. Até o ano passado, as
corridas eram mostradas pela
Bandeirantes, em um horário
comprado pela General Motors,
uma das cotistas do campeonato.
"Brigamos muito com a Band.
Depois, fomos à Record e ao
SBT", disse. "No fim, repassamos
alguns patrocinadores para a Globo. Com essa triangulação, pela
primeira vez vamos receber uma
espécie de direito pela transmissão das nossas corridas."
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