São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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AUTOMOBILISMO
Dono de equipe, Galvão Bueno intermediou as negociações
Anabolizada pela Globo, Stock Car tenta crescer

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os nomes, quase todos, são os mesmos de sempre: Ingo Hoffmann, Paulo Gomes, Chico Serra, Xandy Negrão... A categoria também é velha conhecida do público que frequenta os autódromos.
A Stock Car, porém, inicia hoje em Interlagos sua 22� temporada com um carro novo e pretensões elevadas. E o motivo principal é um só: com a ajuda de Galvão Bueno, dono de 30% de uma equipe, os dirigentes conseguiram um inédito apoio da Rede Globo, que passou a ver nas provas uma opção para ganhar audiência nas manhãs de domingo.
Todo o campeonato foi planejado seguindo os moldes da emissora, como aconteceu, nos últimos anos, com esportes como o "beach soccer" e o vôlei de praia.
Até o regulamento foi alterado nas negociações com a Globo.
Duas das 12 etapas do campeonato serão mostradas ao vivo pela emissora. As outras dez entrarão em compactos, no "Esporte Espetacular", uma semana depois.
Além disso, todo o campeonato será mostrado, ao vivo, pela Sportv, canal da Globosat.
"Para aumentar a audiência, as provas da Globo serão em duas baterias. Na primeira, os pilotos obrigatoriamente terão que fazer um pit stop. A Globo quer mostrar os pits, como na Indy", afirmou Hoffmann, 47, que disputa a Stock Car desde sua criação, em 1979, e já conquistou 11 títulos.
"Na segunda bateria, a largada vai ser na ordem inversa de chegada da primeira. É para fazer show. Agora, tem que ser espetáculo", completou o piloto.
Hoffmann é presidente da Associação Brasileira de Pilotos e Equipes de Stock Car e Fórmula, que há dois anos e meio assumiu o comando da categoria.
"No ano passado, chegamos à conclusão que, se não fosse com a Globo, o negócio não iria para frente. Aí, conversamos com o Galvão Bueno. Ele marcou uma reunião no Rio, nos apresentou para algumas pessoas, e começamos a negociar", disse Gomes, 54, tetracampeão da categoria. Ao lado de Chico Serra e de Mário Covas Neto, ele corre pela OWL/ Bueno, a equipe do narrador.
O otimismo com o apoio da emissora está disseminado na categoria. "É a grande virada do automobilismo brasileiro nos últimos 20 anos", declarou Carlos Col, diretor-superintendente da associação. "Pela primeira vez, criamos um chassi para a categoria. E ainda tem o lado promocional. A Globo entendeu que podemos ser um bom produto."
Segundo a Central Globo de Comunicação, a decisão da emissora em apoiar a Stock Car não implica perda de espaço para o "beach soccer" e o vôlei de praia.
"A Globo acha que pode abrir oportunidade para novos talentos", informou a emissora. "A Stock Car terá cobertura jornalística no Esporte Espetacular, além da transmissão de duas provas."
Para Col, o grande diferencial do apoio da Globo está no fato de a emissora ter se interessado pela categoria. Até o ano passado, as corridas eram mostradas pela Bandeirantes, em um horário comprado pela General Motors, uma das cotistas do campeonato.
"Brigamos muito com a Band. Depois, fomos à Record e ao SBT", disse. "No fim, repassamos alguns patrocinadores para a Globo. Com essa triangulação, pela primeira vez vamos receber uma espécie de direito pela transmissão das nossas corridas."


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