RONALDO SOARES
DE PARIS

Bélgica e Holanda, os países organizadores da Eurocopa, usarão policiais vestidos de Robocop para enfrentar os hooligans -facção violenta de torcidas.
Os policiais designados para essa tarefa estarão usando um uniforme que lembra o famoso personagem do cinema: capacete equipado com máscara de gás e um microssistema de comunicação via rádio, colete torácico, proteção para as pernas, calçados de combate e lançadores de bombas de gás lacrimogêneo.
A missão dos "Robocops" será evitar tumultos como os ocorridos recentemente em competições européias -no mês passado, em Istambul, um confronto entre torcedores turcos e ingleses, na partida entre Galatasaray e Leeds pela Copa da Uefa, resultou na morte de dois torcedores.
A Eurocopa, competição entre nações européias, começa no próximo dia 10, em Bruxelas.
Os organizadores investiram o equivalente a R$ 100 milhões só em segurança, item que mais preocupa os países-sede.
Além de lançar o pelotão de "Robocops", eles tomaram uma série de medidas para evitar a violência dentro e fora dos estádios durante a competição.
Os procedimentos anti-hooligans vão desde a prisão preventiva por doze horas -estabelecida especialmente para o período da competição- até um acordo que permitirá a expulsão de torcedores que provocarem confusões.
"Seremos bastante severos com uma minoria que prejudica a diversão da maioria no futebol", afirmou o coordenador de segurança do Ministério do Interior da Holanda, Peter van Zunderd.
Outra medida adotada pelos organizadores no quesito segurança foi a proibição de instalação de telões gigantes em locais públicos para transmitir as partidas.
Com isso, pretende-se diminuir o deslocamento de torcedores sem ingressos para os dois países organizadores do torneio e, assim, evitar mais tumultos.
Dos oito estádios selecionados para abrigar partidas da Eurocopa deste ano -quatro em cada país-, o que mais preocupa é o de Charleroi, na Bélgica.
Nesse estádio, com capacidade para 30 mil pessoas, Alemanha e Inglaterra vão se enfrentar no dia 17 de junho. A polícia classificou o jogo como o de "mais alto grau de perigo", do ponto de vista de atuação dos hooligans, e já destacou 2.000 homens para fazer a segurança da partida.


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