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XADREZ
País tenta primeiro presidente de federação internacional em oito anos
Brasil sonha comandar tabuleiro
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um aposentado amazonense de
57 anos vai concorrer à presidência da Federação Internacional de
Xadrez (Fide) em 5 de junho do
ano que vem, em Turim (Itália).
Lincoln Lucena, que tentou o cargo pela primeira vez em 1986, lançou sua recente candidatura com
uma meta agressiva: combater o
"jogo sujo" que, segundo ele, domina o xadrez desde os anos 80.
Em caso de eleição, Lucena se
tornará o primeiro brasileiro a
presidir uma federação internacional de peso desde 1998, quando João Havelange foi sucedido
na Fifa pelo suíço Joseph Blatter.
A Fide foi criada em 1924 e conta
hoje com 161 países afiliados -a
Fifa, por exemplo, tem 207.
Enxadrista de resultados modestos, Lucena, radicado em Brasília há 41 anos, criticou o hoje
presidente da Fide, Kirsan Ilyumzhinov, ex-líder da Kalmikia, região russa com população budista. "Ele é um fantoche do Florencio Campomanes [filipino que
presidiu a Fide de 1982 a 1995]",
falou. Em 1996, Ilyumzhinov atropelou outro brasileiro, Jaime Sunye Neto, no caminho ao poder.
Dono de relacionamento estreito com Saddam Hussein, Ilyumzhinov foi acusado, em 1998, de
participação no assassinato do
editor de um jornal de oposição
na Kalmikia. Ele declarou que vai
tentar reeleição em 2006 -as inscrições serão feitas só em março.
Lucena, que na eleição de 1986
recebeu apoio de Garry Kasparov,
diz contar agora com o incentivo
de Silvio Danailov, empresário do
novo campeão do mundo, o búlgaro Veselin Topalov, 30.
Uma das principais diretrizes de
Lucena tem traços de utopia: trazer as sedes da Fide -hoje na
Kalmikia e em Lausanne- para
Brasília. "Já conversei com o Agnelo Queiroz. Quero agora marcar um encontro com Lula."
Taxado de aventureiro em 86,
mesmo sendo recebido por José
Sarney, Lucena garante não se importar com as renovadas críticas:
"Vou para Cuba e China para formar minha chapa eleitoral", disse.
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