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Disputas dificultam a compreensão
do enviado ao México
Um dos obstáculos que o desporto paraolímpico terá de superar, além da pouca divulgação, é a
compreensão de suas provas pelo
público. O motivo é a complexidade que envolve a disputa das
modalidades em cada evento.
Primeiramente, há a divisão em
três classes de deficientes: os físicos, os visuais e os mentais. Cada
atleta se enquadra em uma delas e
compete separadamente.
Dentro dessa divisão de classes,
há ainda outra, que varia de esporte para esporte. Os competidores são separados em categorias pelo nível de deficiência.
A natação serve de exemplo.
No Pan-Americano para atletas
"normais", a prova final dos 50 m
livre é realizada duas vezes, uma
no masculino, outra no feminino.
No Pan-Americano Paraolímpico, a mesma prova tem de ser
feita 28 vezes -14 para cada sexo.
Isso porque os deficientes físicos
são divididos em dez categorias
distintas, os visuais, em três, e os
mentais, em uma.
No Pan mexicano, para otimizar o tempo, a organização misturou na mesma prova nadadores
de categorias próximas, o que tornou ainda mais complicada a
identificação dos vencedores.
Tanto que a presença de público
foi pífia. Cerca de 50 torcedores
acompanharam o dia final da natação, que precedeu a cerimônia
de encerramento, em uma espaçosa arquibancada.
O maior destaque brasileiro no
Pan foi o pernambucano Luiz Silva, com o ouro individual nos 50
m, 100 m e 200 m livre e nos 50 m
borboleta. Silva, que compete na
categoria 5, teve amputados um
dos antebraços e as duas pernas
(abaixo dos joelhos).
O Brasil terminou o Pan, que teve competições de natação, atletismo, basquete em cadeira de rodas e tênis de mesa, em segundo
lugar, com 92 medalhas de ouro,
55 de prata e 33 de bronze.
O México foi o campeão (121
ouros, 105 pratas e 81 bronzes), e a
Argentina ficou em terceiro (62,
48 e 47). EUA (quarto colocado) e
Canadá (nono) não levaram suas
equipe completas.
O basquete foi a maior decepção brasileira no México, pois fracassou tanto no masculino quanto no feminino -o quarto lugar
de ambos os deixou fora da Paraolímpíada de 2000.
(LC)
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