São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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Coréias podem se unir para Copa

das agências internacionais

O governo da Coréia do Norte acenou que aceita formar uma equipe conjunta com o vizinho do Sul para participar da Copa do Mundo de 2002, a ser disputada no Japão e na Coréia do Sul.
Essa será a primeira Copa da história a ser disputada em mais de um país e a primeira que poderá ter uma equipe binacional.
A notícia foi dada na sexta pelo sul-coreano Chung Mong-Joon, um dos vice-presidentes da Fifa e presidente da federação local.
Chung esteve na Coréia do Norte durante cinco dias tentando convencer os dirigentes do país comunista a aceitar a realização de dois jogos da Copa do Mundo em Pyongyang, a capital norte-coreana, e a formação de uma equipe conjunta -que nem precisaria disputar as eliminatórias, pois a Coréia do Sul é pré-classificada por ser sede. Até agora o país do norte não se inscreveu nas eliminatórias.
O objetivo do comitê organizador da Copa é fazer os jogos no estádio Primeiro de Maio, localizado na ilhota de Rungna, situada no rio Taedong, que corta a capital norte-coreana.
Essa proposta, porém, ainda é vista com reservas pelo governo comunista, um dos mais fechados do mundo. O governo alega falta de tempo e de condições políticas para abrigar as partidas.
Para realizar esses jogos, o governo comunista teria de estabelecer laços com o Ocidente para a realização de obras de modernização em várias áreas, em especial em telecomunicações.
A aproximação esportiva entre as duas Coréias é mais um esforço para levar ao reatamento da relação entre os dois países, que surgiram com a guerra na península há quase 50 anos.
A partir de 1950, tropas comunistas, com ajuda da URSS e China, e dos EUA combateram pelo controle da região por cerca de três anos, quando se definiu a atual fronteira.
Apesar do cessar-fogo, nunca foi assinada a paz entre as duas Coréias. Depois do colapso da URSS, em 1991, a Coréia do Norte perdeu seu principal aliado e começou a enfrentar problemas econômicos cada vez mais intensos, enquanto seu vizinho ao sul passou a mostrar grande desenvolvimento, interrompido apenas com a chamada crise asiática, que começou em 1997.
Nos últimos anos, os dois países começaram a estabelecer contatos tímidos, especialmente na zona desmilitarizada, uma região na fronteira entre as duas Coréias, que representa o principal ""muro" entre o capitalismo e o comunismo da atualidade.
Mas esses contatos têm sido interrompidos constantemente por episódios de vários tipos, como a captura de um submarino norte-coreano no lado sul, há dois anos.


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