São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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FUTEBOL
Adaptação ao fuso horário do Japão, onde equipe disputará a final do Mundial, começa no embarque
Palmeiras já respira Tóquio no avião

da Reportagem Local

No início da madrugada de amanhã, à 1h30, o Palmeiras embarca para a disputa da partida mais importante dos seus 85 anos de história.
Formada por 22 jogadores, 12 integrantes da comissão técnica, quatro dirigentes e dois assistentes (um mordomo e um auxiliar de mordomo), a delegação palmeirense deixará o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), em direção ao Japão.
No próximo dia 30, às 19h10 de Tóquio (8h10 de Brasília), o time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, campeão da Taça Libertadores da América, faz, no estádio Nacional da capital japonesa, a final do Mundial interclubes contra o inglês Manchester United, campeão europeu.
A torcida Mancha Alviverde (ex-Mancha Verde) prometeu acompanhar em caravana o ônibus do Palmeiras até o aeroporto.
A adaptação dos palmeirenses ao fuso horário de 11 horas começará no momento em que o grupo entrar no avião, um MD-11 da Varig. Seguindo plano preparado pelos fisiologistas do clube, Ivan Piçarro e Paulo Zogaib, o horário japonês será adotado à entrada da aeronave.
Assim, o início da madrugada será hora de almoço para a delegação. "Já combinamos com a companhia aérea, e eles servirão o almoço instantes após o embarque", disse Zogaib.
Em seguida, os jogadores irão dormir -como costuma ocorrer após o almoço quando estão numa concentração normal.
Por volta das 17h (no "horário japonês"), eles terão que acordar, e será servido o lanche da tarde. Pelo horário biológico dos atletas, serão então seis horas da manhã.
É a parte mais crítica da viagem.
"Eles estarão com sono", relata Zogaib, "mas faremos qualquer coisa para que não durmam."
O "qualquer coisa" se traduz em jogos de cartas, bingos, cantorias, passatempos em geral.
Aproximadamente às 23h, ainda no novo horário, o avião desce em Los Angeles, onde fará uma escala técnica de cerca de uma hora e meia. "Eles irão se movimentar, fazer um alongamento, esticar as pernas", conta o fisiologista.
De volta ao avião, o grupo será induzido a dormir, com o auxílio de remédios.
Após cerca de seis ou sete horas de sono, todos serão acordados, tomam café e aguardam a chegada ao aeroporto de Nagoya, no início da tarde no Japão.
Serão aproximadamente 26 horas de vôo. De Nagoya a delegação segue para Yokohama (30 km ao sul de Tóquio), onde ficará concentrada até a véspera da decisão. O retorno será na noite do dia 1� de outubro, e a chegada ao Brasil, no dia seguinte.
O período de tempo que o Palmeiras ficará no Japão (nove dias) é quase a metade do gasto pelo Vasco, que, no ano passado, quando perdeu a decisão do Mundial para o Real Madrid, esteve por 17 dias no país.
Os treinos da equipe paulista, que devem ocorrer no CT do Yokohama Marinos, só começam na quarta-feira, dia 24.
"Os treinos ocorrerão às 19h15, mesmo horário da final, para estimular o organismo a fazer exercício nesse horário", afirma Zogaib.
No quesito alimentação, de acordo com o fisiologista, não haverá mudanças em relação ao que o time está acostumado no Brasil.
Carne, arroz, feijão, frutas e alimentos ricos em carboidratos (como massas) dominarão o cardápio. Tudo será comprado no Japão, em lojas onde são encontrados produtos brasileiros.
Uma cozinheira brasileira que vive no Japão orientará os responsáveis pelas refeições da equipe palmeirense nos hotéis em Yokohama e Tóquio.


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