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TOSTÃO
Previsão
Todos os torcedores têm uma
explicação, antevisão e certeza
sobre o que vai acontecer hoje,
nesta decisiva rodada do Brasileiro. Os argumentos são técnicos, estatísticos, intuitivos, sociológicos, psicológicos, supersticiosos, místicos e outros mais.
Vou citar os mais interessantes e frequentes.
Os do Vasco estão confiantes
porque, em São Januário, se o
time não ganha na bola, o Eurico Miranda invade
o campo e anula o
jogo.
Os do Vitória dizem que vão vencer
porque os santos e
orixás da Bahia rezam para o Tuta fazer muitos gols.
Os da Ponte Preta
falam que hoje o time, em Campinas,
vai estar com a Macaca e que o França-que talvez não
jogue- está "baleado". Os
são-paulinos retrucam que a
Ponte vai tremer e que a Macaca vai fazer uma lambança.
Os corintianos estão tranquilos pela partida ser no Morumbi, pois acham que o Pacaembu está amaldiçoado e que os
meninos do Guarani vão se
borrar de medo .
Os bugrinos estão confiantes
na vitória, porque o pai-de-santo já fez um trabalho para o
Dida engolir um frango e o pé
de anjo do Marcelinho ficar
torto.
A galera do Atlético-MG está eufórica
porque o Cruzeiro
vai entrar intranquilo por causa da diferença de dois gols e
porque o Levir Culpi
fracassa nas decisões.
A galera do Cruzeiro está certa de que
seu time vai golear,
porque o Atlético
adora ganhar e perder de quatro.
As explicações mais convincentes são as que vão dar certo.
Concentração
O episódio do Romário e de
outros jogadores boêmios do
Flamengo reacendeu o assunto
da concentração no futebol,
sua necessidade e as vantagens
e desvantagens.
Ela foi criada para segurar o
jogador farrista no clube antes
dos jogos e não deixá-lo dormir
mal, usar bebidas alcóolicas e
ter relações sexuais.
O sexo antes das partidas, segundo estudos científicos e a
sabedoria popular, é benéfico
ao atleta, desde que ele seja feito com amor, não seja acompanhado de perda de sono e de
excessiva bebida alcóolica.
Muitos atletas ficam concentrados, mas dormem mal porque conversam, jogam baralho
e vêem TV até tarde (principalmente filmes eróticos).
A concentração somente é
justificada se for para os jogadores e a comissão técnica discutirem os problemas, ver teipes das partidas e combinar a
estratégia de jogo.
Quando comecei a jogar no
Cruzeiro, antes do Mineirão, o
time concentrava-se num hotel
próximo à zona boêmia.
À noite, um jogador simulava que estava dormindo, colocando vários travesseiros debaixo do lençol e saía para encontrar com sua amada no
Montanhês, tradicional ponto
boêmio de Belo Horizonte.
O técnico descobriu, o jogador não conseguiu mais sair e
passou a jogar mal. Ele justificava a má fase dizendo que estava pesado e sem inspiração.
Para resolver o problema, o
jogador fez um acordo com o
técnico: poderia sair, encontrar
com sua paixão, beber só dois
copos de cerveja, sem dormir
tarde. Tudo deu certo, ele ficou
mais leve e voltou a jogar bem.
Romário no Vasco
Quando vejo os teipes do Romário no Vasco, com gols maravilhosos, concluo que naquela época ele já era o melhor
centroavante do mundo.
Não existem dúvidas de que,
hoje, sua qualidade técnica é
inferior à de outros tempos.
Romário atua no ritmo dos
veteranos, ex-craques. Como
ele foi um jogador genial, ainda é melhor que os outros.
Não se pode dizer que sua
passagem pelo Flamengo foi
um fracasso porque o time ganhou poucos títulos.
A atual equipe do Flamengo
tem modesta qualidade técnica, e todos os grandes craques
do mundo, como Zico, Pelé e
outros, jogaram em excelentes
equipes. Além disso, Romário
tem uma média de gols superior à de Zico no Flamengo.
Não sei se será bom para o
Vasco a contratação do jogador. Um torcedor sintetizou a
inquietação e dúvida do vascaíno: "Vou gritar o nome do
Romário ou do Edmundo?".
Não se sabe se as estrelas irão
se dar bem. É preciso diferenciar estrela (pessoa famosa) de
ídolo (a quem se tem grande
respeito e afeto). O maior ídolo
do Vasco é Juninho.
Não entendo de leis, mas nada mais justo que as pretensões
do Gama de participar da primeira divisão e do torneio seletivo da Libertadores, já que foi
o 15� colocado na fase inicial.
Após a segunda partida na
Austrália, Luxemburgo enfatizou a "mudança de atitude"
da equipe, que estava perdendo de 2 a 0 e depois empatou.
Ele disse que a virada foi importante para o "Projeto Olímpico". Na realidade, o que mudou foi a entrada em campo de
jogadores que estavam no banco: Ronaldinho, Alex, Álvaro e
Fábio Júnior. O resto é cascata.
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