ALEXANDRE GIMENEZ
da Reportagem Local

A Prefeitura da Londrina está buscando uma brecha legal para quitar com a CBF a dívida de R$ 2,1 milhões que a cidade contraiu para ter o direito de organizar o Pré-Olímpico de futebol, entre 19 de janeiro e 6 de fevereiro, que classificará os seus dois primeiros colocados para a Olimpíada de Sydney, na Austrália.
A CBF chegou a ameaçar, na semana passada, tirar o torneio de Londrina como forma de pressionar a prefeitura a quitar o débito.
Inicialmente, esse dinheiro será usado pela entidade para pagar as despesas com hospedagem e alimentação das delegações participantes, como determinou a Confederação Sul-Americana.
""Tudo será acertado nos próximos dias. Não passou de um boato a possibilidade de o Pré-Olímpico não ser realizado em Londrina", afirmou Gustavo Santos, coordenador do comitê organizador da competição na cidade.
O Departamento Jurídico da Prefeitura de Londrina está estudando a melhor forma de executar o pagamento. Os gastos com a competição não estão previstos no orçamento da cidade.
Segundo Santos, a primeira opção seria desviar o dinheiro destinado inicialmente para a Fundação do Esporte Amador da cidade, que tem status de secretária municipal. ""Como a fundação só foi criada no final do ano, os recursos do órgão estão praticamente intactos", afirmou.
Porém a lei orgânica do município só permite que os recursos da fundação sejam alocados a esportes amadores. Por isso, a prefeitura fez uma consulta à CBF para saber qual o status do Pré-Olímpico. A resposta será dada hoje.
Se a CBF determinar que a competição é considerada ""profissional", o prefeito Antônio Belinati enviará à Câmara Municipal de Londrina um projeto pedindo uma suplementação orçamentária em regime de urgência. ""A Câmara estará funcionando até o dia 23 de dezembro", afirmou o vereador Renato Araújo, presidente do legislativo municipal.

Obras
Além da cota de R$ 2,1 milhões que será paga para a CBF, a Prefeitura de Londrina também está gastando R$ 350 mil na recuperação do estádio do Café, onde serão realizados os jogos da seleção.
Estão previstas a construção de uma sala e um centro de imprensa, reforma das cabines de rádio e televisão e a revisão completa do sistema elétrico do estádio. Porém a melhoria mais importante é no gramado, que foi totalmente replantado em setembro.
""Nós compramos o evento da CBF, mas a cidade terá um retorno enorme com o aumento de negócios durante a competição. A rede hoteleira, por exemplo, já está totalmente ocupada", afirmou Gustavo Santos.
Para recuperar o investimento feito na organização do torneio, a cidade contará apenas com a renda da bilheteria.
A CBF exigiu o direito de comercializar as placas no estádio do Café e os direitos de televisão das partidas da seleção.


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