|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O poder irresistível do Corinthians
JOSÉ GERALDO COUTO
Colunista da Folha
O Corinthians entrou em campo
mostrando que queria vencer.
Não deu outra: o jogo foi o exato
oposto do que ocorreu no Mineirão no outro domingo. O alvinegro paulista começou com força
total. Nos primeiros 15 minutos
chutou seis bolas ao gol e infernizou a defesa atleticana, com passes rápidos e desconcertantes. Foi
a volta do futebol exuberante que
levou o time à liderança do campeonato.
O gol demorou para sair. Na
verdade, demorou tanto que quase imperou a velha máxima:
"Quem não faz, toma". Por duas
ou três vezes, a defesa corintiana
mostrou toda a sua vulnerabilidade, e Robert e Guilherme quase
calam a Fiel.
O primeiro gol de Luizão premiou uma jogada forte do Corinthians: o passe rápido (de Ricardinho ou Marcelinho) para o lateral
esquerdo, o cruzamento para trás,
a conclusão mortal.
O mérito deve ser repartido
igualmente entre Marcelinho (pelo passe esperto), Kléber (pelo cruzamento preciso) e Luizão (pela
conclusão de quem sabe se colocar
e cabeceia com qualidade e consciência).
Se o domingo anterior foi o dia
de Guilherme, ontem foi o de Luizão, que fez dois gols e jogou muito. Pena que, a mando do banco
corintiano, tenha melado tudo no
final. Sua ausência no próximo
jogo deverá ser muito sentida pelo
Corinthians. Mesmo quando não
faz gols, é importante para abrir
espaços ou servir de pivô para os
companheiros.
Da mesma forma, o Atlético-
MG sentiu ontem a ausência de
Marques, o homem mais perigoso
para puxar seus contra-ataques.
Ao que tudo indica, o Atlético-
MG teve um pênalti não marcado
no primeiro tempo. Supondo que
o juiz o apitasse (e que Dida não
defendesse), a história do jogo teria sido outra.
No segundo tempo o Atlético-
MG voltou melhor. Inferiorizado
no marcador, o técnico Humberto
Ramos trocou acertadamente
Curê -jogador de velocidade, talhado para o contra-ataque- pelo mais técnico Lincoln.
Mas quem acabou marcando
foi o Corinthians, graças mais
uma vez a um ótimo passe de Kléber. Aliás, os dois laterais do Corinthians, criticados durante todo
o campeonato, atuaram bem, cada um a seu modo: Índio na defesa, Kléber no apoio.
O segundo gol desarticulou o
Atlético, que não conseguia furar
o surpreendentemente bom bloqueio defensivo corintiano.
Um show à parte foi o zagueiro
Claudio Caçapa, que mostrou fibra e saúde em duas arrancadas
espetaculares -sem contar o
chapéu que deu em Luizão.
Enfim, um grande jogo, digno
de uma final.
Quais são as duas melhores coisas que o Brasil deu ao mundo
neste século? É provável que tenham sido o futebol e a música,
talvez os únicos campos em que
ninguém pode falar conosco de cima para baixo.
Pois a ESPN-Brasil teve a feliz
idéia de mostrar a fecunda relação entre essas duas coisas ao longo das décadas. Quem se encantou com a primeira parte do especial "Futebol e Música", exibido
no último dia 16 e reprisado anteontem, não vai querer perder a
segunda parte, programada para
a próxima quinta-feira, às 19h,
com reprise no sábado.
É a chance de ver craques como
Tom Zé, Chico Buarque e Jorge
Benjor homenagearem artistas
como Pelé, Zico e Zizinho. Música
para os olhos e ouvidos.
E-mail: jgcouto@uol.com.br
José Geraldo Couto escreve aos sábados e
às segundas-feiras
Texto Anterior: Goleador, Luizão é expulso Próximo Texto: Marcelinho - Ele é "meio time' Índice
|