São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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O poder irresistível do Corinthians

JOSÉ GERALDO COUTO
Colunista da Folha


O Corinthians entrou em campo mostrando que queria vencer. Não deu outra: o jogo foi o exato oposto do que ocorreu no Mineirão no outro domingo. O alvinegro paulista começou com força total. Nos primeiros 15 minutos chutou seis bolas ao gol e infernizou a defesa atleticana, com passes rápidos e desconcertantes. Foi a volta do futebol exuberante que levou o time à liderança do campeonato.
O gol demorou para sair. Na verdade, demorou tanto que quase imperou a velha máxima: "Quem não faz, toma". Por duas ou três vezes, a defesa corintiana mostrou toda a sua vulnerabilidade, e Robert e Guilherme quase calam a Fiel.
O primeiro gol de Luizão premiou uma jogada forte do Corinthians: o passe rápido (de Ricardinho ou Marcelinho) para o lateral esquerdo, o cruzamento para trás, a conclusão mortal.
O mérito deve ser repartido igualmente entre Marcelinho (pelo passe esperto), Kléber (pelo cruzamento preciso) e Luizão (pela conclusão de quem sabe se colocar e cabeceia com qualidade e consciência).
Se o domingo anterior foi o dia de Guilherme, ontem foi o de Luizão, que fez dois gols e jogou muito. Pena que, a mando do banco corintiano, tenha melado tudo no final. Sua ausência no próximo jogo deverá ser muito sentida pelo Corinthians. Mesmo quando não faz gols, é importante para abrir espaços ou servir de pivô para os companheiros.
Da mesma forma, o Atlético- MG sentiu ontem a ausência de Marques, o homem mais perigoso para puxar seus contra-ataques.
Ao que tudo indica, o Atlético- MG teve um pênalti não marcado no primeiro tempo. Supondo que o juiz o apitasse (e que Dida não defendesse), a história do jogo teria sido outra.
No segundo tempo o Atlético- MG voltou melhor. Inferiorizado no marcador, o técnico Humberto Ramos trocou acertadamente Curê -jogador de velocidade, talhado para o contra-ataque- pelo mais técnico Lincoln.
Mas quem acabou marcando foi o Corinthians, graças mais uma vez a um ótimo passe de Kléber. Aliás, os dois laterais do Corinthians, criticados durante todo o campeonato, atuaram bem, cada um a seu modo: Índio na defesa, Kléber no apoio.
O segundo gol desarticulou o Atlético, que não conseguia furar o surpreendentemente bom bloqueio defensivo corintiano.
Um show à parte foi o zagueiro Claudio Caçapa, que mostrou fibra e saúde em duas arrancadas espetaculares -sem contar o chapéu que deu em Luizão.
Enfim, um grande jogo, digno de uma final.
  Quais são as duas melhores coisas que o Brasil deu ao mundo neste século? É provável que tenham sido o futebol e a música, talvez os únicos campos em que ninguém pode falar conosco de cima para baixo.
Pois a ESPN-Brasil teve a feliz idéia de mostrar a fecunda relação entre essas duas coisas ao longo das décadas. Quem se encantou com a primeira parte do especial "Futebol e Música", exibido no último dia 16 e reprisado anteontem, não vai querer perder a segunda parte, programada para a próxima quinta-feira, às 19h, com reprise no sábado.
É a chance de ver craques como Tom Zé, Chico Buarque e Jorge Benjor homenagearem artistas como Pelé, Zico e Zizinho. Música para os olhos e ouvidos.

E-mail: jgcouto@uol.com.br


José Geraldo Couto escreve aos sábados e às segundas-feiras

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