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FUTEBOL
Depois de investir US$ 25 milhões em reforços, time é obrigado a apostar em atletas formados no clube
Corinthians recorre a "pratas da casa"
da Reportagem Local
Clube que mais investiu na história do Brasileiro em contratação
de reforços, o Corinthians está dependendo, até agora, de jogadores formados em casa para se tornar bicampeão nacional.
Na partida de ontem, quando o
time derrotou o Atlético-MG, por
2 a 0, e passou a precisar apenas
de um empate na quarta-feira para ficar com o título, já foi, pelo
menos em parte, assim.
Sem o meia Rincón, o Corinthians teve de contar com Gilmar
em seu lugar. Nas laterais, atuou
com Índio e Kléber, ambos muito
elogiados, ainda no intervalo, por
Oswaldo de Oliveira.
O lateral-esquerdo, que iniciou
a partida demonstrando nervosismo, foi melhorando a partir
dos 15min e avançando com mais
frequência. Foi ele, inclusive,
quem fez a jogada do primeiro gol
corintiano, dando o passe para o
atacante Luizão marcar.
Maior artilheiro do clube em
Brasileiros -com os dois anotados ontem, chegou a 21 gols-,
Luizão recebeu o quinto cartão
amarelo no final do primeiro tempo, com o qual teria de desfalcar o
Corinthians na partida final.
No final do jogo, no entanto,
deu uma cotovelada em Mancini
e foi expulso. Com isso, o Corinthians pode pedir uma reunião da
Comissão Disciplinar amanhã ou
na quarta ou até uma liminar ao
presidente do Tribunal de Justiça
Desportiva a fim de contar com
Luizão para a decisão.
Se não tiver sucesso, caberá a
Fernando Baiano ou Dinei, ambos jogadores formados no Parque São Jorge, a posição de Luizão, que custou US$ 7 milhões ao
HMTF, fundo de investimentos
norte-americano que controla o
futebol do clube.
No total, o Corinthians investiu
US$ 25 milhões em dez reforços
para o Brasileiro, quebrando o recorde do Palmeiras e da Parmalat,
cujos investimentos, para a temporada de 1997, foram de quase
US$ 20 milhões.
Para o Atlético-MG, por sua vez,
a novidade pode ser a volta de
Marques, um dos maiores destaques do time, que não atuou ontem por estar contundido. Hoje o
atleta, que está em São Paulo com
o grupo, será examinado para saber se tem condições de jogar.
Na partida de ontem, os mineiros até que tentaram surpreender
os adversários, entrando em campo com Curê no lugar de Adriano.
""Ele sabe puxar contra-ataques
em velocidade", explicou o treinador, justificando a alteração na
escalação do Atlético-MG.
Mas o resultado não foi dos melhores. O Corinthians partiu para
o ataque desde os primeiros minutos, investindo em jogadas pelas laterais e em chutes de fora da
área. Até os 10min da etapa inicial,
o time paulista já havia feito três
tentativas com chutes de longa
distância.
Acuado, o Atlético-MG tinha
dificuldades para contra-atacar.
Bem marcado, Curê só organizou
um ataque da equipe na etapa inicial e acabou sendo substituído
no intervalo por Lincoln, que poderia dar maior poder ofensivo
aos mineiros.
Na fase final, os atleticanos, que
precisavam vencer para ficar com
o título e evitar a terceira partida,
foram ao ataque, abrindo espaço
para as jogadas em velocidade do
time de Oliveira.
Aos 14min, Luizão voltou a
marcar, desequilibrando de vez o
adversário. Com a vantagem, o
Corinthians, nos contra-ataques,
estava mais próximo do terceiro
gol do que o Atlético da reação.
No final, os atleticanos reclamaram muito da arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, dizendo
que, apesar de o Corinthians ter
sido melhor, os mineiros foram
prejudicados pelo juiz.
Dois minutos antes de Luizão
ter marcado o primeiro gol, Índio
havia tocado com a mão na bola
dentro da área, em pênalti que
não foi assinalado pelo juiz.
O pênalti e o fato de o árbitro
não ter mostrado amarelo para
João Carlos, que estava pendurado com quatro cartões, e Marcelinho irritaram o Atlético-MG.
No intervalo, o atacante Guilherme reclamava muito da arbitragem, dizendo que o meia Robert tinha sido atingido deslealmente por João Carlos e que Marcelinho passara o jogo provocando os mineiros.
Mas os corintianos, entre os
quais Luizão, que se diz perseguido pelo juiz, também fizeram suas
críticas, em especial contra o zagueiro argentino Galván, acusado
por eles de desleal, mas poupado
pela arbitragem. Assim como no
jogo do Mineirão, que o Atlético
venceu por 3 a 2, o juiz foi de São
Paulo, no Morumbi, o árbitro, por
determinação da Confederação
Brasileira, foi de Minas -Estado
do time visitante.
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