São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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FUTEBOL
Depois de investir US$ 25 milhões em reforços, time é obrigado a apostar em atletas formados no clube
Corinthians recorre a "pratas da casa"

da Reportagem Local

Clube que mais investiu na história do Brasileiro em contratação de reforços, o Corinthians está dependendo, até agora, de jogadores formados em casa para se tornar bicampeão nacional.
Na partida de ontem, quando o time derrotou o Atlético-MG, por 2 a 0, e passou a precisar apenas de um empate na quarta-feira para ficar com o título, já foi, pelo menos em parte, assim.
Sem o meia Rincón, o Corinthians teve de contar com Gilmar em seu lugar. Nas laterais, atuou com Índio e Kléber, ambos muito elogiados, ainda no intervalo, por Oswaldo de Oliveira.
O lateral-esquerdo, que iniciou a partida demonstrando nervosismo, foi melhorando a partir dos 15min e avançando com mais frequência. Foi ele, inclusive, quem fez a jogada do primeiro gol corintiano, dando o passe para o atacante Luizão marcar.
Maior artilheiro do clube em Brasileiros -com os dois anotados ontem, chegou a 21 gols-, Luizão recebeu o quinto cartão amarelo no final do primeiro tempo, com o qual teria de desfalcar o Corinthians na partida final.
No final do jogo, no entanto, deu uma cotovelada em Mancini e foi expulso. Com isso, o Corinthians pode pedir uma reunião da Comissão Disciplinar amanhã ou na quarta ou até uma liminar ao presidente do Tribunal de Justiça Desportiva a fim de contar com Luizão para a decisão.
Se não tiver sucesso, caberá a Fernando Baiano ou Dinei, ambos jogadores formados no Parque São Jorge, a posição de Luizão, que custou US$ 7 milhões ao HMTF, fundo de investimentos norte-americano que controla o futebol do clube.
No total, o Corinthians investiu US$ 25 milhões em dez reforços para o Brasileiro, quebrando o recorde do Palmeiras e da Parmalat, cujos investimentos, para a temporada de 1997, foram de quase US$ 20 milhões.
Para o Atlético-MG, por sua vez, a novidade pode ser a volta de Marques, um dos maiores destaques do time, que não atuou ontem por estar contundido. Hoje o atleta, que está em São Paulo com o grupo, será examinado para saber se tem condições de jogar.
Na partida de ontem, os mineiros até que tentaram surpreender os adversários, entrando em campo com Curê no lugar de Adriano.
""Ele sabe puxar contra-ataques em velocidade", explicou o treinador, justificando a alteração na escalação do Atlético-MG.
Mas o resultado não foi dos melhores. O Corinthians partiu para o ataque desde os primeiros minutos, investindo em jogadas pelas laterais e em chutes de fora da área. Até os 10min da etapa inicial, o time paulista já havia feito três tentativas com chutes de longa distância.
Acuado, o Atlético-MG tinha dificuldades para contra-atacar. Bem marcado, Curê só organizou um ataque da equipe na etapa inicial e acabou sendo substituído no intervalo por Lincoln, que poderia dar maior poder ofensivo aos mineiros.
Na fase final, os atleticanos, que precisavam vencer para ficar com o título e evitar a terceira partida, foram ao ataque, abrindo espaço para as jogadas em velocidade do time de Oliveira.
Aos 14min, Luizão voltou a marcar, desequilibrando de vez o adversário. Com a vantagem, o Corinthians, nos contra-ataques, estava mais próximo do terceiro gol do que o Atlético da reação.
No final, os atleticanos reclamaram muito da arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, dizendo que, apesar de o Corinthians ter sido melhor, os mineiros foram prejudicados pelo juiz.
Dois minutos antes de Luizão ter marcado o primeiro gol, Índio havia tocado com a mão na bola dentro da área, em pênalti que não foi assinalado pelo juiz.
O pênalti e o fato de o árbitro não ter mostrado amarelo para João Carlos, que estava pendurado com quatro cartões, e Marcelinho irritaram o Atlético-MG.
No intervalo, o atacante Guilherme reclamava muito da arbitragem, dizendo que o meia Robert tinha sido atingido deslealmente por João Carlos e que Marcelinho passara o jogo provocando os mineiros.
Mas os corintianos, entre os quais Luizão, que se diz perseguido pelo juiz, também fizeram suas críticas, em especial contra o zagueiro argentino Galván, acusado por eles de desleal, mas poupado pela arbitragem. Assim como no jogo do Mineirão, que o Atlético venceu por 3 a 2, o juiz foi de São Paulo, no Morumbi, o árbitro, por determinação da Confederação Brasileira, foi de Minas -Estado do time visitante.


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