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UM DIA NA VIDA CORINTIANA...
...tem oração, celular e necessaire
DA REPORTAGEM LOCAL
Concentrações, treinos, autógrafos, aparelhos celulares, carrões, jóias, roupas de grife, cultos
e perfumes importados povoam o
universo que cerca os estrelados
jogadores do Corinthians.
Badalados pela imprensa e pelos torcedores, confessam levar a
vida que sempre sonharam. Consideram-se vencedores.
Vivem com a agenda lotada de
compromissos. As estrelas do time, como Marcelinho e Ricardinho, dividem seus tempos entre
as obrigações com o clube e os negócios pessoais.
Com o dia-a-dia atribulado, se
irritam com o trânsito caótico de
São Paulo e têm pavor da violência na capital paulista.
Os mais jovens, como os atacantes Gil e Ewerthon, estão começando a descobrir o que é ser ídolo. Estão aprendendo a lidar com
a fama repentina.
"Estou começando a curtir agora essa história de dar autógrafo. É
muito legal ver que eles [torcedores" ficam felizes só de ver a gente", afirma Gil.
Os conselhos dos mais experientes são seguidos à risca.
"A torcida corintiana costuma
cobrar e fazer muita pressão. Mas
faço questão de atender todo
mundo", diz Ricardinho.
Durante as concentrações, as
diferenças entre os jogadores
afloram. Enquanto uns oram, como Muller, outros se deliciam
com as parafernálias eletrônicas,
como Ewerthon e Kléber.
"Leio revistas (a Playboy também), levo o videogame (Play Station), o Kléber leva o DVD e aluga
alguns filmes. Também ficamos
na internet, ele leva o laptop",
conta Ewerthon.
A necessaire é outra marca registrada dos jogadores corintianos. Nelas, o perfume importado,
as jóias e o gel para cabelo são
acessórios obrigatórios.
Marcelinho, o mais vaidoso,
acabou de comprar um anel cravejado de brilhantes.
Outra mania do jogador é um
sapato com salto de 3 cm para
disfarçar seu 1,65 m de altura.
O técnico Wanderley Luxemburgo não se conforma com os
hábitos de seus comandados.
"Quando jogava, passava as horas jogando pôquer, dominó. Hoje, eles ficam no quarto com os
CDs, computadores. Nem no salão de jogos eles vão."
Porém quando o assunto é telefone celular todos falam a mesma
língua. A mania é mudar de aparelho a toda hora. Só Ricardinho
já trocou quatro vezes.
O tempo com a família é sagrado. "A família é uma coisa boa,
que só influencia positivamente.
Em casa, faço o possível para pensar só no Bruno [filho" e na Juliana [mulher]", diz o meia.
"Minha rotina é Corinthians,
casa e Igreja. Como fiquei separado da minha mulher, gosto de
passar todo o tempo em casa com
ela e com os meus três filhos",
completa Marcelinho.
(MARÍLIA RUIZ E EDUARDO ARRUDA)
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