São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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Na capital do chope, cerveja rega festa da final

DOS ENVIADOS A RIBEIRÃO

A festa da final do Paulista no Santa Cruz, em Ribeirão Preto, será regada a cerveja, coisa rara nos estádios de São Paulo.
Na cidade que se auto-intitula a "capital do chope", uma liminar da Justiça liberou a venda de bebida alcoólica nos estádios Santa Cruz, do Botafogo, e Palma Travassos, do Comercial.
Quatro logotipos de cerveja também estarão na final. Brahma, em painéis publicitários, Kaiser, nos bares do estádio, Antarctica, em placas antigas, e Schincariol, no uniforme do Botafogo, conforme contrato fechado anteontem.
A cerveja vem sendo comercializada ao longo do campeonato, mas o jogo de hoje, o primeiro da decisão, será o grande desafio da diretoria do clube, que contesta a lei estadual 9.470, de 1996.
A medida, tomada no auge da onda de violência que atingiu os estádios paulistas, proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas praças esportivas e em suas imediações.
O objetivo da lei é claro: conter os ânimos do torcedores e evitar brigas e agressões.
Só que em Ribeirão Preto a medida coercitiva até agora parece ter sido desnecessária.
"Os casos de violência ligados ao futebol são insignificantes até agora em Ribeirão Preto. São casos isolados, sem consequências graves, aquilo que chamamos desinteligência", disse o capitão Luís Henrique Usai, da Polícia Militar, que faz questão de frisar ser favorável à proibição das bebidas alcoólicas nos estádios.
Para a partida de hoje, pelo menos 1.200 caixas com 24 garrafas pequenas cada foram compradas pelos bares do Santa Cruz.
"Nós conseguimos uma liminar para vender a cerveja, está dentro da lei. Não vemos problema algum, já que não há violência nos jogos em Ribeirão Preto", disse João Zombrilli, diretor do Botafogo. De fato, no primeiro jogo da semifinal contra a Ponte Preta, o Santa Cruz recebeu lotação máxima, com duas torcidas inflamadas, mas teve poucos registros de desentendimentos.
O Corinthians e os corintianos, no entanto, são considerados adversários de alto risco pela PM.
"A final é um jogo diferente, de torcidas que podem ser consideradas rivais. Teremos que redobrar a atenção e o trabalho, já que o álcool afrouxa os freios morais", disse capitão Usai.

Símbolo
A final do Campeonato Paulista em Ribeirão Preto também deverá lotar as choperias Pinguim, cartão-postal da cidade.
A expectativa da rede, que tem quatro casas em Ribeirão Preto, é vender até 15 mil litros de chope no fim de semana, já que os hotéis da cidade estão com boa lotação e são aguardados torcedores da capital e, principalmente, da região.
A fama de "capital do chope" foi adquirida por Ribeirão com a contribuição do Pinguim e das fábricas da Antarctica, no centro da cidade. Mas, com a Ambev, fusão da fabricante com a Brahma, a empresa deixou de produzir cerveja em Ribeirão Preto. (JAB e RP)



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