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Na capital do chope, cerveja rega festa da final
DOS ENVIADOS A RIBEIRÃO
A festa da final do Paulista no
Santa Cruz, em Ribeirão Preto, será regada a cerveja, coisa rara nos
estádios de São Paulo.
Na cidade que se auto-intitula a
"capital do chope", uma liminar
da Justiça liberou a venda de bebida alcoólica nos estádios Santa
Cruz, do Botafogo, e Palma Travassos, do Comercial.
Quatro logotipos de cerveja
também estarão na final. Brahma,
em painéis publicitários, Kaiser,
nos bares do estádio, Antarctica,
em placas antigas, e Schincariol,
no uniforme do Botafogo, conforme contrato fechado anteontem.
A cerveja vem sendo comercializada ao longo do campeonato,
mas o jogo de hoje, o primeiro da
decisão, será o grande desafio da
diretoria do clube, que contesta a
lei estadual 9.470, de 1996.
A medida, tomada no auge da
onda de violência que atingiu os
estádios paulistas, proíbe a venda
de bebidas alcoólicas nas praças
esportivas e em suas imediações.
O objetivo da lei é claro: conter
os ânimos do torcedores e evitar
brigas e agressões.
Só que em Ribeirão Preto a medida coercitiva até agora parece
ter sido desnecessária.
"Os casos de violência ligados
ao futebol são insignificantes até
agora em Ribeirão Preto. São casos isolados, sem consequências
graves, aquilo que chamamos desinteligência", disse o capitão Luís
Henrique Usai, da Polícia Militar,
que faz questão de frisar ser favorável à proibição das bebidas alcoólicas nos estádios.
Para a partida de hoje, pelo menos 1.200 caixas com 24 garrafas
pequenas cada foram compradas
pelos bares do Santa Cruz.
"Nós conseguimos uma liminar
para vender a cerveja, está dentro
da lei. Não vemos problema algum, já que não há violência nos
jogos em Ribeirão Preto", disse
João Zombrilli, diretor do Botafogo. De fato, no primeiro jogo da
semifinal contra a Ponte Preta, o
Santa Cruz recebeu lotação máxima, com duas torcidas inflamadas, mas teve poucos registros de
desentendimentos.
O Corinthians e os corintianos,
no entanto, são considerados adversários de alto risco pela PM.
"A final é um jogo diferente, de
torcidas que podem ser consideradas rivais. Teremos que redobrar a atenção e o trabalho, já que
o álcool afrouxa os freios morais",
disse capitão Usai.
Símbolo
A final do Campeonato Paulista
em Ribeirão Preto também deverá lotar as choperias Pinguim,
cartão-postal da cidade.
A expectativa da rede, que tem
quatro casas em Ribeirão Preto, é
vender até 15 mil litros de chope
no fim de semana, já que os hotéis
da cidade estão com boa lotação e
são aguardados torcedores da capital e, principalmente, da região.
A fama de "capital do chope" foi
adquirida por Ribeirão com a
contribuição do Pinguim e das fábricas da Antarctica, no centro da
cidade. Mas, com a Ambev, fusão
da fabricante com a Brahma, a
empresa deixou de produzir cerveja em Ribeirão Preto.
(JAB e RP)
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