Nadadora diz que traje deixa parte íntima à mostra

DA REPORTAGEM LOCAL

As novas regras da Fina (Federação Internacional de Natação) para regulamentar os maiôs já geram polêmica. Therese Alshammar, primeira nadadora punida por desrespeitar o regulamento, afirmou que sua punição foi "sexista".
A sueca teve seu recorde mundial dos 50 m borboleta (25s44) anulado por ter usado dois maiôs na prova, em Sydney, válida pelo Australiano. Segundo a norma, os atletas só podem usar um maiô.
Para especialistas, a espessura maior da vestimenta melhoraria a flutuabilidade da nadadora, dando vantagem a Alshammar em relação às rivais.
As próximas peças a serem apresentadas para a aprovação da Fina também terão de ter no máximo 1 mm, outra ação para tentar evitar excessiva influência dos trajes nos resultados.
"Isso pode gerar controvérsia, mas acho que seria bom que as regras estivessem mais claras agora e a todos, incluindo a mim", queixou-se a atleta, em entrevista a TV australiana.
Alshammar reclamou da vulnerabilidade de seu corpo. Ela justificou o uso de dois maiôs para resguardar partes íntimas.
"Acreditava que o maiô seria suficiente para cobrir tudo. Mas quase reclamei que havia sido uma atitude sexista [dos organizadores], porque os homens podiam cobrir suas partes íntimas usando uma sunga e as mulheres só podiam usar a parte de baixo do biquíni."
De fato, essa foi a regra seguida durante o Australiano. Ontem, porém, a Fina clarificou o novo regulamento. E contribuiu para aumentar ainda mais a polêmica. De acordo com a federação internacional, os nadadores poderão usar apenas o maiô. E nada por baixo.
A regra foi implementada pela Fina no último sábado na tentativa de disciplinar os trajes para as competições.
Em 2008, em Pequim, houve reclamação em relação ao LZR Racer, lançado em fevereiro, seis meses antes dos Jogos. Desde então, o maiô, feito pela Speedo em parceria com a Nasa (agência espacial americana), já auxiliou na quebra de mais de cem recordes mundiais.