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Diego abre seu 2009 com série desafiadora
Ginasta dificulta elementos em razão da nova regra e se testa em sua pior prova
Na busca de pontuação para a Corrida dos Campeões, atleta atua em Cottbus para avaliar critérios dos jurados e rever adversários olímpicos
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após superar a dor da perda
da medalha olímpica e ver seus
rendimentos caírem 85% com
a debandada de patrocinadores, Diego Hypólito irá arriscar
como nunca antes na carreira.
Isso porque hoje, na etapa de
Cottbus da Corrida dos Campeões da ginástica artística, o
brasileiro irá de uma só vez estrear o que diz ser sua série
mais difícil no solo, realizar salto que nunca usou e ainda atuar
na barra fixa, que há três anos
era considerada sua pior prova.
"Tudo isso faz parte de um
teste. Essa competição, a primeira do Diego na nova regra,
será fundamental para ver como está o critério dos árbitros e
traçarmos o roteiro do ano", diz
o técnico Renato Araújo.
O ginasta paulista afirma que
só irá se arriscar porque sente
que inicia este ciclo olímpico
melhor do que em 2005. "Estou
mais relaxado, melhor fisicamente e mentalmente", diz.
Segundo Diego, dois pilares
foram decisivos para atingir tal
condição. Primeiro, o fato de se
sentir mais maduro, o que o
tornou capaz de isolar a questão financeira -o Flamengo
não lhe pagou nada desde a
Olimpíada, e a Prefeitura de Niterói ainda cumpre os trâmites
burocráticos para implantar o
projeto que "salvará" os atletas.
Depois, a técnica japonesa de
treino, a qual assimilou pouco
antes da Olimpíada e que lhe
permitiu ser mais objetivo no
dia a dia e cravar aterrissagens.
"Sou mais inteligente hoje.
Passo menos tempo no ginásio
e treino mais nos aparelhos.
Por isso posso arriscar e fazer a
série mais difícil da carreira."
Para Diego, que não irá exibir
a acrobacia que leva seu nome,
a série apresenta como ponto
alto as duas primeiras passadas
e a última, em que executa um
duplo mortal com dupla pirueta e aterrissa de costas.
Quem já viu a série atesta que
ela tem alto grau de dificuldade.
"É uma composição difícil. O
Diego se adaptou bem ao novo
código [criado neste ano e que
tornou mais severa a avaliação
e exige séries mais difíceis],
pois tem leque de elementos
muito grande. E ele tende a aumentar a dificuldade da série",
diz o árbitro Luis Carlos Mitio
Okuda, que viu o ginasta se exibir na seletiva para a seleção.
Além de testar a série, Diego
deve inovar no salto. "O plano é
chegar ao Mundial [em outubro] com chances no salto. E o
Diego tem que fazer o nome
desde já", diz Araújo, revelando
que o pupilo pode usar pela primeira vez a tripla pirueta.
Outro fato inédito será Diego
atuando na barra fixa. Eleita
pelo atleta como seu pior aparelho -dos seis do masculino-
em 2005, a prova, segundo ele,
irá ratificar sua nova fase. "Servirá para mostrar o quanto evoluí. Não sou só ginasta de solo.
E vou trabalhar todas as provas,
pois ainda quero ser campeão
olímpico", afirma Diego, 22.
E não faltarão elementos para lembrá-lo de Olimpíada. Só
hoje, na fase classificatória -as
finais serão amanhã e no domingo-, ele duelará com três
rivais da final de Pequim-2008.
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