São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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Diego abre seu 2009 com série desafiadora

Ginasta dificulta elementos em razão da nova regra e se testa em sua pior prova

Na busca de pontuação para a Corrida dos Campeões, atleta atua em Cottbus para avaliar critérios dos jurados e rever adversários olímpicos

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após superar a dor da perda da medalha olímpica e ver seus rendimentos caírem 85% com a debandada de patrocinadores, Diego Hypólito irá arriscar como nunca antes na carreira.
Isso porque hoje, na etapa de Cottbus da Corrida dos Campeões da ginástica artística, o brasileiro irá de uma só vez estrear o que diz ser sua série mais difícil no solo, realizar salto que nunca usou e ainda atuar na barra fixa, que há três anos era considerada sua pior prova.
"Tudo isso faz parte de um teste. Essa competição, a primeira do Diego na nova regra, será fundamental para ver como está o critério dos árbitros e traçarmos o roteiro do ano", diz o técnico Renato Araújo.
O ginasta paulista afirma que só irá se arriscar porque sente que inicia este ciclo olímpico melhor do que em 2005. "Estou mais relaxado, melhor fisicamente e mentalmente", diz.
Segundo Diego, dois pilares foram decisivos para atingir tal condição. Primeiro, o fato de se sentir mais maduro, o que o tornou capaz de isolar a questão financeira -o Flamengo não lhe pagou nada desde a Olimpíada, e a Prefeitura de Niterói ainda cumpre os trâmites burocráticos para implantar o projeto que "salvará" os atletas. Depois, a técnica japonesa de treino, a qual assimilou pouco antes da Olimpíada e que lhe permitiu ser mais objetivo no dia a dia e cravar aterrissagens.
"Sou mais inteligente hoje. Passo menos tempo no ginásio e treino mais nos aparelhos. Por isso posso arriscar e fazer a série mais difícil da carreira."
Para Diego, que não irá exibir a acrobacia que leva seu nome, a série apresenta como ponto alto as duas primeiras passadas e a última, em que executa um duplo mortal com dupla pirueta e aterrissa de costas.
Quem já viu a série atesta que ela tem alto grau de dificuldade. "É uma composição difícil. O Diego se adaptou bem ao novo código [criado neste ano e que tornou mais severa a avaliação e exige séries mais difíceis], pois tem leque de elementos muito grande. E ele tende a aumentar a dificuldade da série", diz o árbitro Luis Carlos Mitio Okuda, que viu o ginasta se exibir na seletiva para a seleção.
Além de testar a série, Diego deve inovar no salto. "O plano é chegar ao Mundial [em outubro] com chances no salto. E o Diego tem que fazer o nome desde já", diz Araújo, revelando que o pupilo pode usar pela primeira vez a tripla pirueta.
Outro fato inédito será Diego atuando na barra fixa. Eleita pelo atleta como seu pior aparelho -dos seis do masculino- em 2005, a prova, segundo ele, irá ratificar sua nova fase. "Servirá para mostrar o quanto evoluí. Não sou só ginasta de solo. E vou trabalhar todas as provas, pois ainda quero ser campeão olímpico", afirma Diego, 22.
E não faltarão elementos para lembrá-lo de Olimpíada. Só hoje, na fase classificatória -as finais serão amanhã e no domingo-, ele duelará com três rivais da final de Pequim-2008.


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