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sem reposição
Medalhões deixam buraco na seleção
Símbolos da equipe que fracassou no Mundial-06, Cafu, Roberto Carlos, Emerson e Ronaldo ainda não têm sucessores
Quase 2 anos após assumir,
Dunga testa 11 laterais, 9
volantes e 9 atacantes, mas
não consegue definir os
substitutos de "aposentados"
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Ao lado do supervisor Américo Faria e do auxiliar Jorginho, Dunga, que ainda não tem titulares absolutos em posições-chaves da seleção, acompanha treino em BH
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE
Eles deixaram a seleção, após
a Copa-06, como símbolos de
um time nacional que precisava de uma renovação urgente.
Mas, dois anos depois, é justamente nas suas posições que
mais sofre o Brasil do técnico
Dunga, que amanhã pega a Argentina, em Belo Horizonte, no
seu momento mais delicado.
As laterais, por anos ocupadas por Cafu e Roberto Carlos,
a cabeça-de-área, antes feudo
de Emerson, e o cargo de centroavante, por muito tempo
propriedade de Ronaldo, têm
alta rotatividade com poucos
resultados na era Dunga, iniciada em agosto de 2006.
Dunga já mandou a campo 11
laterais, cinco pela direita e outros seis pela esquerda. Foram
nove volantes e igual número
de centroavantes. E todo esse
batalhão nunca aprovou de verdade. Foram 11 gols marcados
por centroavantes com o gaúcho no comando, ou apenas
19% da artilharia da seleção.
Mesmo na Copa da Alemanha, quando já estava longe de
seus melhores dias, Ronaldo foi
responsável por 30% dos tentos anotados pelos brasileiros.
O Datafolha atesta que o desempenho dos laterais, volantes e centroavantes escolhidos
por Dunga é uma decepção.
A começar pelo que aconteceu na derrota para o Paraguai,
anteontem, por 2 a 0.
Para quem reclamava dos
cruzamentos de Cafu e Roberto
Carlos, Maicon e Gilberto são
de amargar. Contra os paraguaios, o lateral-direito acertou
apenas 3 de suas 8 tentativas.
Muito pior foi Gilberto, que não
acertou nenhum dos sete cruzamentos que tentou.
O trio de volantes formado
por Josué, Mineiro e Gilberto
Silva foi ruim até em passes
curtos. Contra os paraguaios,
eles acertaram 79% dos passes
que fizeram, contra um aproveitamento de 85% do resto da
equipe. Foram uma nulidade
na ajuda ao ataque, com uma só
finalização do trio. E nem foram tão bons na marcação
-juntos, segundo o Datafolha,
somaram só 21 desarmes.
No ataque, Adriano não conseguiu finalizar uma vez no Defensores del Chaco. Luis Fabiano teve uma única chance.
Comparando os números totais destas eliminatórias com as
atuações de Cafu, Roberto Carlos, Emerson e Ronaldo no qualificatório passado, fica clara a
vantagem do quarteto veterano
hoje aposentado da seleção.
Nenhum volante de Dunga
tem aproveitamento superior a
90% nos passes. Emerson teve
94% de acerto no fundamento
no classificatório para 2006.
Gilberto tem 0% de acerto
nos cruzamentos, contra 30%
de Roberto Carlos. Maicon fez,
em média, nove desarmes por
partida. Cafu tirava a bola dos
adversários 14 vezes em média.
Todos centroavantes usados
por Dunga somam 3,8 finalizações por jogo, com 34% de acerto. Sozinho, Ronaldo fez 3,5
conclusões a cada jogo na eliminatória para o Mundial passado (aproveitamento de 57%).
"Todos que estão aqui são os
que estão jogando melhor em
seus clubes, independentemente da idade", falou Alexandre Pato, cujo ídolo é Ronaldo.
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