CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Na Superliga masculina, restou agora apenas um invicto: o Banespa. O time passou firme pela prova de fogo do fim de semana: derrotou por 3 sets a 2 o tricampeão brasileiro, o poderoso Telemig/Minas, do levantador Maurício.
Está certo que o Minas ainda está ajeitando o time. A equipe disputou poucos jogos nesta temporada e perdeu dois titulares: os atacantes Dante e André Nascimento foram jogar no exterior.
Já o Banespa está com o time certinho e tem um atacante que vai dar o que falar nesta Superliga: Murilo, de 21 anos. Ele foi o maior pontuador no jogo contra o Minas: fez 22 pontos e mostrou muita eficiência na recepção. Se o Banespa acertar mesmo com Giovane, vai ficar com um timão.
Mas a novela de Giovane continua indefinida. Banespa e Suzano não chegaram a um acordo. Hoje, representantes dos dois clubes devem se reunir novamente. O atacante, que tinha contrato com o Suzano, assinou por 30 meses com o Banespa e criou uma situação inédita no vôlei brasileiro.
Ele só pode estrear na Superliga com o aval do Suzano. Mas o time só libera o jogador para o Banespa se receber o pagamento da multa de rescisão de contrato e dos prejuízos que terá com a saída de Giovane.
Pelo que tudo indica, o assunto ferverá nesta semana: Suzano não quer que a novela se arraste por mais tempo. O time contratou um outro ponteiro, Maurício Pagnotta. Mas ele não pode estrear porque a equipe, somada a pontuação de Giovane, já alcança o limite permitido de pontos.
Se os dois times chegarem a um acordo e Giovane se transferir para o Banespa, Maurício já reforça o Suzano quinta-feira no jogo contra o Palmeiras. Caso contrário, o Suzano deverá inscrever o nome de Giovane na súmula do jogo, o que tiraria de vez as chances de o atacante atuar pelo Banespa nesta temporada.
Nessa história toda, a posição da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) é a de tentar intermediar um acordo entre os dois times. Segundo a assessoria de imprensa, até o momento a CBV reconhece Giovane como atleta do Suzano.
A preocupação da entidade é que essa quebra de contrato abra um precedente e que essa situação se repita em outras temporadas. Afinal, depois disso, qual patrocinador vai se sentir seguro em investir em um time sabendo que sua principal estrela pode abandonar o barco a qualquer hora?
No mundo do vôlei, a novidade foi a confirmação da saída do técnico Andrea Anastasi da seleção italiana. O decepcionante quinto lugar no Mundial da Argentina foi o motivo que faltava para os dirigentes dispensarem o técnico.
Nos quatro anos que Anastasi ficou no cargo, a Itália ganhou dois títulos da Liga Mundial, um europeu e uma medalha de bronze nos Jogos de Sydney. Não foi tão mal assim, mas, para um time que venceu três Mundiais seguidos (em 90, 94 e 98), as exigências são bem maiores.
Não por acaso, um dos mais cotados para comandar o time é Júlio Velasco, o homem que criou o império italiano no fim dos anos 80 e começo dos 90.
A coluna é de vôlei, mas hoje não dá para não falar de futebol. Para encerrar, deixo um "viva para a turma de Diego e Robinho!". Depois de muitos anos, eles fizeram os velhos corações santistas baterem felizes novamente.

Italiano
O brasileiro Nalbert é dono de um dos melhores saques do Campeonato Italiano. Em 26 sets, ele já marcou 16 aces. Está em quarto lugar no ranking de eficiência no fundamento. O seu time, o Macerata, também conseguiu um grande resultado: acabou com a invencibilidade do Treviso, a única equipe sem derrotas nas oito primeiras rodadas, por 3 sets a 1. Nalbert e o iugoslavo Ivan Miljkovic foram os maiores da equipe, com 11 pontos.

Cubano
Dos seis cubanos que abandonaram a seleção no início do ano, o que se deu melhor até agora foi Jorge Hernandez. Ele foi para a Argentina e se casou com uma jogadora de basquete do país, Carla Morel. No início do mês, recebeu cidadania argentina e autorização da Federação Internacional de Vôlei para jogar no River. Angel Dennis, Ramon Gato, Leonel Marshall, Ihosvany Hernandez e Yasser Romero ainda não têm autorização para atuar na Itália.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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