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FUTEBOL
Atletas obtêm participação em lucro da liga feminina e aumento salarial na seleção norte-americana
EUA dividem torneio com jogadoras
das agências internacionais
Uma ação sindical bem-sucedida proporcionou às jogadores de
futebol dos Estados Unidos uma
conquista que os homens esportistas perseguem há décadas, em
várias modalidades, sempre com
resultado negativo.
As jogadoras, que conquistaram a Copa do Mundo feminina
em meados no ano passado, acertaram com a Federação de Futebol dos EUA (USSF) uma participação nos lucros da liga de futebol
para mulheres, que deverá iniciar
sua primeira temporada dentro
de 14 meses.
Além disso, ficou estabelecido
que nenhuma jogadora da seleção
receberá menos do que US$ 5.000
por mês -um aumento de 59%
sobre os US$ 3.150 oferecidos inicialmente pela USSF.
O valor do piso salarial é exatamente o mesmo que se paga na
seleção masculina. Esse é um caso
único de igualdade salarial entre
homens e mulheres no esporte
norte-americano.
A negociação aconteceu com a
federação porque ainda não está
definido quem vai administrar a
liga. Dois grupos disputam o privilégio de controlar o campeonato do esporte mais popular do
país na categoria feminina.
Um é a própria Major League
Soccer (MLS), a liga de futebol
masculina. O outro é o conglomerado que detém o Discovery
Channel, um canal de TV especializado em ciência e tecnologia.
A decisão tem que sair até o fim
do semestre.
O acordo salarial na seleção local provocou um aumento para a
maioria das jogadoras, que ganhava entre US$ 2.000 e US$
3.150.
Na fase de preparação para os
Jogos Olímpicos de Sydney, que
começou há uma semana, as jogadoras que participarem de pelo
menos três jogos por mês receberão US$ 2.000 por partida. Isso
poderá dar uma renda de até US$
16 mil/mês às titulares.
Além disso, cada jogadora receberá prêmios de 1.000 a 2.000 dólares por vitória e de 500 a 1.000
dólares por empate.
Haverá também prêmios para a
Olimpíada. A USSF vai distribuir
entre as jogadoras US$ 100 mil,
caso o time chegue à semifinal, e
valores maiores, em caso de medalha: US$ 150 mil pelo bronze,
US$ 300 mil pela prata e US$ 700
mil pelo ouro.
Os valores são proporcionalmente iguais (relativamente à arrecadação da USSF) aos pagos aos
homens na Copa do Mundo da
França, em 1998.
Mas, como na competição da
Fifa o time dos EUA recebeu US$
800 mil por jogo, os jogadores receberam um pouco mais.
Já estão também acertados valores mínimos de prêmio por vitória em jogos futuros, caso a equipe dos EUA consiga a medalha de
ouro em Sydney, com direito a
aumento em caso de nova vitória
no próximo Mundial da categoria, que será em 2002 ou 2003.
Ao contrário do Brasil, onde os
jogadores mais bem pagos se
mantêm afastados dos sindicatos,
nos Estados Unidos, o acordo foi
forçado pelas jogadoras da seleção nacional.
Em dois amistosos, elas se recusaram a competir pela seleção.
Durante o boicote, chegaram a vir
ao Brasil para jogar partidas de futebol de areia.
Mia Hamm, a mais famosa jogadora de futebol do planeta, disse que o boicote foi fundamental.
""Essa foi uma causa na qual acreditamos muito."
A próxima ação das jogadoras,
que estão preocupadas com o
cumprimento das regras acertadas, deverá ser a criação de um
sindicato. ""Algumas de nós jogarão só um ano. Outras um pouco
mais. Mas o contrato é mais longo, de cinco anos", explicou a
meia Hamm.
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