São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2005

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AUTOMOBILISMO

Colombiano vence GP da Inglaterra, prova em que apenas um dos 20 carros inscritos não chegou ao fim

Montoya sagra-se o herói da resistência

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SILVERSTONE

Juan Pablo Montoya foi o primeiro. Depois vieram Fernando Alonso, Kimi Raikkonen, Giancarlo Fisichella, Jenson Button, Michael Schumacher, Rubens Barrichello, Ralf Schumacher, Jarno Trulli... Vieram ainda mais dez pilotos. E o GP da Inglaterra de 2005 entrou para a história.
Dos 20 carros inscritos para a 11� etapa do Mundial, 19, ou 95%, conseguiram terminar a corrida. Vítima de um problema elétrico, o indiano Narain Karthikeyan, da Jordan, foi o único a deixar o GP.
Apenas uma vez em seus 56 anos a categoria registrou índice de abandono menor. E nenhum dos pilotos de hoje havia nascido.
Foi em 1961, em Zandvoort, na Holanda. Os 15 carros que iniciaram o GP chegaram ao fim. Schumacher, 36, ancião desta temporada, nasceu oito anos depois.
Antes disso, a etapa da Argentina de 1958 registrara um abandono entre dez participantes. Todas as outras 739 corridas disputadas na F-1 assistiram a ao menos dois carros quebrados ou acidentados.
Resistentes, infalíveis, inquebráveis, os 19 pilotos que ontem cruzaram a linha de chegada falharam, no entanto, na ousadia.
A manobra mais arrojada do GP aconteceu na Maggotts, a segunda curva depois da largada. Terceiro no grid, Montoya, que ultrapassara Button uma curva antes, superou o Renault de Alonso e assumiu a liderança.
A partir de então, a prova virou um intrincado jogo de xadrez. Sem conseguir acompanhar o ritmo do McLaren, o espanhol ficou limitado à estratégia de pits stops para tentar reassumir a dianteira.
Por duas vezes, quase conseguiu. Com menos gasolina no tanque, Montoya precisou reabastecer nas 22� e 44� voltas. Nas duas oportunidades Alonso ficou mais tempo na pista e por milésimos de segundo não reconquistou a posição quando saiu do pit.
"Ele tinha muito mais a perder do que eu, então sabia que poderia contar com uma vantagem na disputa na pista", declarou o colombiano. A vitória de ontem foi a quinta de sua carreira, a primeira ao volante de um McLaren.
A exemplo do que aconteceu na França, uma semana antes, o destaque da prova foi Raikkonen, companheiro de equipe de Montoya. Punido por trocar de motor no sábado, ele largou em 12� e, adiando ao máximo seus pits, teve pista livre para recuperar terreno. Subiu ao pódio, mas contrariado.
"Em circunstâncias normais, a corrida teria sido bastante diferente. Não posso fazer muito mais do que estou fazendo. Agora é com a equipe. Todo mundo precisa trabalhar com um pouco mais de afinco", declarou.
Com o resultado, Alonso ampliou de 24 para 26 pontos sua vantagem sobre Raikkonen, faltando oito etapas para o fim do Mundial. "Temos que manter a concentração", disse o espanhol, que manteve seu aproveitamento 100% de pódios largando da pole, mas viu cair para 57% o índice de vitórias saindo da ponta do grid.

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