|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Colombiano vence GP da Inglaterra, prova em que apenas um dos 20 carros inscritos não chegou ao fim
Montoya sagra-se o herói da resistência
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SILVERSTONE
Juan Pablo Montoya foi o primeiro. Depois vieram Fernando
Alonso, Kimi Raikkonen, Giancarlo Fisichella, Jenson Button,
Michael Schumacher, Rubens
Barrichello, Ralf Schumacher, Jarno Trulli... Vieram ainda mais dez
pilotos. E o GP da Inglaterra de
2005 entrou para a história.
Dos 20 carros inscritos para a
11� etapa do Mundial, 19, ou 95%,
conseguiram terminar a corrida.
Vítima de um problema elétrico,
o indiano Narain Karthikeyan, da
Jordan, foi o único a deixar o GP.
Apenas uma vez em seus 56
anos a categoria registrou índice
de abandono menor. E nenhum
dos pilotos de hoje havia nascido.
Foi em 1961, em Zandvoort, na
Holanda. Os 15 carros que iniciaram o GP chegaram ao fim. Schumacher, 36, ancião desta temporada, nasceu oito anos depois.
Antes disso, a etapa da Argentina de 1958 registrara um abandono entre dez participantes. Todas
as outras 739 corridas disputadas
na F-1 assistiram a ao menos dois
carros quebrados ou acidentados.
Resistentes, infalíveis, inquebráveis, os 19 pilotos que ontem
cruzaram a linha de chegada falharam, no entanto, na ousadia.
A manobra mais arrojada do
GP aconteceu na Maggotts, a segunda curva depois da largada.
Terceiro no grid, Montoya, que
ultrapassara Button uma curva
antes, superou o Renault de Alonso e assumiu a liderança.
A partir de então, a prova virou
um intrincado jogo de xadrez.
Sem conseguir acompanhar o ritmo do McLaren, o espanhol ficou
limitado à estratégia de pits stops
para tentar reassumir a dianteira.
Por duas vezes, quase conseguiu. Com menos gasolina no
tanque, Montoya precisou reabastecer nas 22� e 44� voltas. Nas
duas oportunidades Alonso ficou
mais tempo na pista e por milésimos de segundo não reconquistou a posição quando saiu do pit.
"Ele tinha muito mais a perder
do que eu, então sabia que poderia contar com uma vantagem na
disputa na pista", declarou o colombiano. A vitória de ontem foi a
quinta de sua carreira, a primeira
ao volante de um McLaren.
A exemplo do que aconteceu na
França, uma semana antes, o destaque da prova foi Raikkonen,
companheiro de equipe de Montoya. Punido por trocar de motor
no sábado, ele largou em 12� e,
adiando ao máximo seus pits, teve
pista livre para recuperar terreno.
Subiu ao pódio, mas contrariado.
"Em circunstâncias normais, a
corrida teria sido bastante diferente. Não posso fazer muito mais
do que estou fazendo. Agora é
com a equipe. Todo mundo precisa trabalhar com um pouco mais
de afinco", declarou.
Com o resultado, Alonso ampliou de 24 para 26 pontos sua
vantagem sobre Raikkonen, faltando oito etapas para o fim do
Mundial. "Temos que manter a
concentração", disse o espanhol,
que manteve seu aproveitamento
100% de pódios largando da pole,
mas viu cair para 57% o índice de
vitórias saindo da ponta do grid.
Texto Anterior: Pela conquista, equipe quer "blindar" atletas Próximo Texto: Sexto colocado, Schumacher joga a toalha Índice
|