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FUTEBOL
Para treinador, seleção falha coletivamente ao ficar pouco com a bola
Brasil tem defeitos, diz Parreira
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Depois de quase dois anos e
mais de duas dezenas de partidas,
o treinador Carlos Alberto Parreira afirmou que a sua seleção brasileira ainda não está pronta.
"Muitas vezes a gente ainda não
consegue jogar como uma equipe. Temos uma base, mas falta
bastante para sermos um time de
verdade coletivamente", disse.
O técnico afirmou isso em Berlim, antes de sair para um passeio
com os outros membros da comissão técnica pela cidade alemã.
Parreira, declarou que seu time
ainda tem vários defeitos. Um deles está na rapidez com que a seleção se livra da bola.
Nas eliminatórias, segundo o
Datafolha, o time troca em média
350 passes por jogo. Em 1994,
quando conquistou o Mundial
dos EUA, eram mais de 500.
"Esse é um dos nossos grandes
problemas. Preciso passar isso
para os jogadores."
Para justificar a falta de entrosamento da equipe, o treinador dá a
surrada desculpa da falta de treinos. "Jogamos para treinar", afirmou o técnico, naquele que virou
seu bordão predileto.
Apesar de dizer que ainda há
muito o que fazer, o técnico já tem
algumas certezas.
Edmílson, por exemplo, não
atuará mais como zagueiro. Para
o técnico, ele é volante e disputará
vaga com Gilberto Silva.
Contra a Bolívia, Edmílson
atuou como zagueiro. Diante dos
alemães, foi o primeiro volante e
deixou Gilberto Silva no banco.
Outra convicção de Parreira é a
de que o time não pode mais atuar
com dois atacantes como Ronaldo e Adriano. Pela análise do técnico, a equipe fica fragilizada defensivamente com a presença da
dupla. No jogo de anteontem, o
Brasil sofreu no primeiro tempo.
E o ataque quase não ameaçou.
Com Ronaldo e Adriano, o time
brasileiro teve seu pior desempenho ofensivo na era Parreira.
Foram oito chutes no gol adversário, apenas dois certos.
A seleção agora volta a se reunir
somente no dia 5 de outubro, em
Teresópolis, para a partida contra
a Venezuela pelas eliminatórias
da Copa-2006 no dia 9 ou 10.
Na seqüência, o Brasil viaja a
Maceió, onde enfrentará, no dia
13, a Colômbia na capital alagoana, também pelo qualificatório.
Para a partida de novembro
com o Equador, em Quito, os brasileiros devem viajar para uma cidade ao nível do mar, talvez Guayaquil, e só na véspera do jogo para a capital equatoriana, com altitude de 2.800 m.
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