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FUTEBOL
No jogo da entrega da taça de campeão do Paulista, time perde pela primeira vez em seu estádio nesta temporada
Ponte vence e esfria festa do São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
O bom futebol não foi convidado para a festa do título do São
Paulo. Ontem, no Morumbi, a taça do Paulista foi entregue ao time
do técnico Leão, que amargou
merecida derrota por 2 a 1, de virada, para a Ponte Preta.
Apesar dos pedidos de Leão para o grupo manter a disposição no
fim do Estadual, garantido por
antecipação no 0 a 0 do domingo
passado contra o Santos, o São
Paulo pareceu ontem só querer
dar a esperada volta olímpica.
A Ponte Preta, ameaçada de rebaixamento, não fez uma grande
partida e jogou fechada, explorando os contra-ataques e a acomodação são-paulina. O dono da
casa, que tinha 100% de aproveitamento de pontos no Morumbi
neste ano, abusou de passes laterais e finalizações sem grande pretensão. Blitz então nem pensar.
Antes da partida, a festa até que
empolgou o bom público presente, com fogos, bexigas e desfile das
bandeiras dos times do campeonato. Mas bastou o jogo começar
para o torcedor ficar na vontade.
Nem o gol de Luizão logo no
sexto minuto de jogo levantou os
ânimos. O atacante recebeu passe
de Cicinho e chutou fraco. A bola
passou por baixo do goleiro Lauro, que foi muito mal no lance.
A torcida, que gritou o tradicional "É campeão" no apito inicial,
voltou a cantar o título, mas o time cairia ainda mais de ritmo.
A Ponte Preta dominou quase
toda a primeira etapa, mesmo
com um só atacante, Roger. Aos
15min, o lento jogador escorou
cruzamento da esquerda de Bruno e empatou. Rogério pediu impedimento que não existiu no
lance. O goleiro, principal destaque da campanha são-paulina, foi
o único que salvou no campeão
paulista. Fez ao menos três grandes defesas na primeira etapa. Só
falhou ao pedir impedimentos.
O gol da virada da Ponte Preta,
marcado de novo por Roger aos
47min, foi feito em posição legal
-ele recebeu de cabeça de Carlinhos e fuzilou quase da pequena
área. Rogério reclamou mais uma
vez da arbitragem, sem razão.
Leão, que no intervalo se queixou do árbitro Edílson Pereira de
Carvalho, trocou dois jogadores
para a segunda etapa, mas não
atendeu aos pedidos da torcida
por Falcão. Sacou Júnior, que tinha cartão amarelo, e pôs Fábio
Santos. Tirou Mineiro e deu vez a
Jean, tímido atacante que o técnico diz que "precisa sair da casca".
O São Paulo continuou em marcha lenta, mesmo sem Danilo,
meia criticado por não ter velocidade e que se recupera de contusão. Sem ele, aliás, o time ficou
sem imaginação. Só foi criar uma
chance de gol aos 25min, quando
Luizão recebeu na direita e chutou forte -a bola foi travada pela
zaga e saiu pela linha de fundo.
O placar eletrônico mostrava o
escudo do clube e lembrava o título, a torcida até cantava o hino do
time, mas em campo as coisas seguiam difíceis. A Ponte Preta parou de ameaçar, mas, sedenta pela
vitória para sair do sufoco, se fechou ainda mais para segurar o
resultado, que lhe levaria a 22
pontos. Aos 30min, Falcão foi então a campo no lugar de Souza,
que saiu vaiado pela torcida.
Aos 40min, após cobrança de
falta de Rogério, Diego Tardelli
pegou a sobra e teve sua melhor
chance para se aproximar de Finazzi na artilharia, mas, desequilibrado, chutou fraco para fora.
Após o jogo, Leão disse que faltou ímpeto. "Se o time não voltar
a ser cascudo, não ganha."
Ele também criticou a federação
por não ter realizado o jogo contra o Santos em São Paulo. "Era
para o torneio acabar contra o
Santos, em um jogo para 80.000
pessoas. Foi muito chocho", disse.
Apesar da derrota e do futebol
moroso, a torcida tratou de gritar
"É campeão" no final do jogo.
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