São Paulo, domingo, 10 de abril de 2005

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FUTEBOL

Atletas vêem no festeiro Ronaldinho a união do time líder do Espanhol

Samba e churrasco movem "Brasilona" contra o Real

ANTONIO TORRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eles estão em casa. É o que se pode dizer dos seis brasileiros do Barcelona, que podem dar um enorme passo rumo ao título espanhol se derrotarem o Real Madrid dos compatriotas Luxemburgo e Ronaldo, hoje, às 14h. E um dos principais donos do pedaço é, sem dúvida, Ronaldinho.
Em apenas dois anos, o melhor jogador do mundo em 2004 -que se recuperou de problemas intestinais e está confirmado para o jogo-, mudou a rotina triste de um clube que vive há cinco anos sem títulos. É ele quem guia a festa do time dentro e fora de campo.
Segundo pessoas ligadas ao Barcelona, Ronaldinho ajuda na integração de todos os jogadores, sejam eles brasileiros ou não. Até o camaronês Samuel Eto'o foi beneficiado por seu espírito agregador.
Um dos principais amigos que Ronaldinho fez no Barcelona é Ramón Rosán, que hoje está emprestado ao Numancia, lanterna do torneio. O espanhol não tem dúvidas da atuação de Ronaldinho na união da equipe.
"Ele tem a música no corpo e transmite boas vibrações ao grupo", afirma Rosán, que se lembra dos esforços do gaúcho para confraternizar o time. "Fui num dos churrascos que Ronaldinho organizou na casa dele. Foi uma festa tipicamente brasileira".
Do lado brasileiro, nenhuma reclamação: "Na Espanha, eu me sinto na minha casa", diz o lateral Belletti, que conta que foi bem recebido por jogadores mais antigos do time, como Puyol e Xavi.
Além dele e de Ronaldinho, são brasileiros Thiago Motta, Edmilson, Sylvinho e Deco, que se naturalizou português. Os três últimos e Belletti chegaram ao "Brasilona" no início da temporada.
Nada mal para um grupo que chegou a ser malvisto por uma das principais bandeiras do Barcelona, o holandês Johan Cruyff. O ex-jogador e ex-técnico do clube reclamou da excessiva contratação de brasileiros pelo presidente Joan Laporta no meio de 2004.
O clube teve a preocupação de impedir que o grupo fosse visto como um gueto. Hoje, sabe-se que o problema, se existiu, não tomou nenhum grande contorno. No Barcelona, a integração é total.
Para o zagueiro Oleguer, "nem os catalães se relacionam só com catalães, nem os brasileiros se isolam no vestiário". "Depende mais das afinidades, dos gostos e da idade", afirma o jogador.
O meia Gerard, revelado no time, concorda. "Eu, por exemplo, tenho mais relação com Motta do que com o Sylvinho, que é casado." Para o volante Gabri, a geografia ajuda. "Os brasileiros não têm problemas de integração porque Barcelona tem mar."
Um conforto que outros brasileiros não vivem na seca Madri. Depois de ótimo começo, Vanderlei Luxemburgo já é discutido no comando do Real Madrid pela eliminação da Copa dos Campeões. No campo, Roberto Carlos e Ronaldo vivem má fase.


NA TV - ESPN e Band, ao vivo, a partir das 14h

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